Tratamento de lesão no cotovelo causou doping de Shamell, diz Mogi

Shamell (Luiz Pires/LNB)

O Mogi Basquete admitiu, nesta terça-feira, que tinha conhecimento de que o ala norte-americano Shamell utilizou medicação proibida pelo Código Mundial Antidoping para se tratar de uma lesão sofrida em fevereiro. O jogador foi flagrado em exame antidoping realizado ainda durante a fase de classificação do Novo Basquete Brasil (NBB), mas não foi suspenso preventivamente. O caso só foi divulgado pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) na segunda-feira, depois de o NBB10 terminar, com o Mogi vice-campeão.

Em nota publicada pelo Instagram, o Mogi disse que "a substância (betametasona) foi utilizada para o tratamento de uma lesão no cotovelo do jogador, sofrida na partida anterior contra o Caxias do Sul". O clube tratou como "profissionalismo e o comprometimento com a equipe" o fato de ele ter ficado no banco diante do Joinville, dia 18 de fevereiro.

Só que, ao ser relacionado mesmo sem poder jogar, ele se tornou passível de ser submetido a exame antidoping. Naquele dia, a ABCD esteve presente à partida em Mogi das Cruzes e colheu exame do norte-americano, que foi flagrado por betametasona. Ainda no Instagram, o Mogi indicou que tinha sabia da utilização da medicação proibida, uma vez que afirmou que "Shamell jamais utilizou qualquer remédio ou suplemento sem o conhecimento do médico do clube".

Na mesma nota, o vice-campeão do NBB saiu em defesa de Shamell, afirmando que "o momento pede cautela e respeito com o maior cestinha da história do NBB". O clube ainda criticou o que chamou de "notícias veiculadas de forma sensacionalista e cheias de insinuações".

Na segunda-feira, o Olhar Olímpico revelou em primeira mão que Shamell foi pego no doping em fevereiro e que até agora o tribunal antidopagem não definiu se o suspenderia provisoriamente, como foi pedido pela ABCD. O blog mostrou que atletas de outras modalidades, que testaram depois, não só tiveram seus casos revelados publicamente pela ABCD antes que o de Shamell, como também foram suspensos antes.

A demora de uma definição do caso permitiu que Shamell disputasse toda a fase de mata-matas do NBB10, inclusive sendo decisivo na partida semifinal que classificou o Mogi contra o Flamengo. Nos jogos finais contra o Paulistano, ele anotou um total de 54 pontos.

Liga Nacional de Basquete (LNB)

Em nota, a LNB, responsável pelo NBB, disse que Shamell foi sorteado para exame contratado pela própria Liga, que encaminhou o resultado ao laboratório credenciado no Rio. Como determina a legislação, o aviso de resultado analítico adverso foi informado pelo laboratório à ABCD, em 7 de maio.

"A LNB somente voltou a tomar conhecimento do processo em 10 de maio, quando por ato oficia, a ABCD deu conhecimento à FIBA, ao atleta e à LNB da positividade do primeiro exame, notificando o atleta para apresentar sua defesa ou esclarecimentos pela ocorrência de resultado analítico adverso (positivo). Em 25 de maio de 2018, a LNB recebeu um Oficio da ABCD solicitando novas informações sobre o atleta, que foi respondido em 29 de maio de 2018. Já no dia de hoje (05 de junho de 2018), a LNB recebeu da ABCD novo pedido de informações sobre o atleta, cuja resposta seguiu no mesmo dia", explicou a entidade.

"No prazo estabelecido e na forma da legislação vigente, a ABCD procedeu ao período de ampla defesa do atleta, inclusive com oportunidade de exame da prova B, o que dilata o prazo de conhecimento do resultado ao público. Isso porque neste período a divulgação não oficial de notícia a respeito do fato está impedida pela norma de proteção ao indivíduo, acarretando penalização ao infrator", complementou a liga.