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Olhar Olímpico

No Senado, técnico liga acusações de assédio a disputa por vaga na seleção

Demétrio Vecchioli

16/05/2018 14h54

(Reprodução/TV Senado)

O técnico Fernando de Carvalho Lopes encerrou um silêncio de 17 dias e compareceu à CPI dos Maus-Tratos, que corre no Senado, para comentar as denúncias apresentadas no Fantástico no fim do mês passado e as investigações que correm em segredo de Justiça na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de São Bernardo do Campo (SP). Em sua primeira fala, ele relacionou as denúncias ao fato de, em 2016, ele estar brigando por uma vaga de técnico da seleção nos Jogos do Rio.

"Quando tem um momento pertinente, eu sou colocado em xeque. Havia uma disputa, onde tinham cinco treinadores para três vagas, para participar dos Jogos Olímpicos. Aí surgiu. Depois, no momento em que tem uma situação do médico dos EUA se resgata esse tipo de assunto. Vivo essa vida há dois anos", disse o treinador. Em julho de 2016, ele foi afastado da seleção brasileira, que treinava em São Bernardo para a Rio-2016, um mês depois as famílias de dois ginastas menores de idade procurarem o Ministério Público para denunciar Fernando.

A CPI dos Maus-Tratos foi proposta pelo senador Magno Malta (PR-ES), que tem tomado as rédeas a respeito da comissão, que estava paralisada desde novembro, quando foram ouvidas pessoas ligadas à Exposição Queermuseu, que causou polêmica em Porto Alegre (RS). Foi o próprio senador capixaba quem solicitou a oitiva de Fernando e, também nesta quarta, teve aprovadas outros sete requerimentos seus.

Após a fala inicial do presidente da CPI, o advogado Luis Ricardo Davanzo, que defende Fernando, pediu que o depoimento ocorresse a portas fechadas, uma vez que a investigação em São Bernardo do Campo corre em segredo de Justiça. "Ele tem interesse em falar, quer ver aclarada essa situação, tem interesse em prestar sua versão dos fatos, mas gostaria que fosse a portas fechadas", solicitou a defesa de Fernando. Magno Malta, porém, rejeitou o pedido, explicando que o faria se Fernando se comprometesse a revelar fatos até agora desconhecidos.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.