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Olhar Olímpico

'Molecada' coloca Brasil como maior potência dos 100m livre na atualidade

Demétrio Vecchioli

19/04/2018 18h39

Pedro Spajari (Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

Não há no mundo, hoje, nenhum país tão forte nos 100m livre, prova mais tradicional da natação. E isso ficou claro na final do Troféu Brasil, nesta quinta-feira. Tanto é que quem olhar o ranking mundial amanhã vai encontrar dois brasileiros nas três primeiras colocações: Pedro Spajari em segundo, com 47s95, e Gabriel Santos em terceiro, com 47s98. Como o resultado de Gabriel foi feito na final, vencendo o colega de Pinheiros por 3 centésimos, é ele o novo campeão nacional.

O feito dos dois é histórico. Na história da natação brasileira, só Cesar Cielo, ainda recordista mundial, e o já aposentado Nicolas Oliveira haviam nadado na casa de 47 segundos. Só nesta quinta-feira outros dois brasileiros conseguiram este feito, e dois jovens. Pedro tem 20 anos, enquanto Gabriel é só um ano mais velho. Com os resultados desta quinta, ambos teriam ficado em quinto no Mundial do ano passado.

Os dois foram os protagonistas da final do Troféu Brasil, brigando pela vitória nos detalhes, mas não foram os únicos a nadar bem. Marco Antônio Ferreira, do Minas, de apenas 20 anos, surpreendeu ao ficar no terceiro lugar, com 48s46 (11º do ranking mundial), chegando dois centésimos à frente de Marcelo Chierighini. Finalista dos últimos três Mundiais e da Olimpíada do Rio, Chierighini nunca passou de 48s11.

Bruno Fratus, decisivo na conquista da medalha de prata no Mundial do ano passado, terminou só no quinto lugar, com 48s68, e ficou fora da equipe do revezamento do 4x100m livre no Pan-Pacífico. Breno Correia, 18 anos, também ficou na casa de 48 segundos: 48s78.

Para se mensurar quão forte foi a prova, vale comparar com a seletiva norte-americana para a Olimpíada do Rio. Considerada a competição nacional mais forte do mundo, também teve seis atletas na casa dos 48. Com a diferença que o segundo colocado do Troféu Brasil foi 20 centésimos mais rápido que o segundo da seletiva americana.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.