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Olhar Olímpico

Brasileiro de 20 anos faz 2º melhor tempo do mundo nos 100m livre

Demétrio Vecchioli

19/04/2018 12h01

Pedro Spajari (Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

Portador de uma síndrome rara, que o dá um cromossomo X a mais do que o normal, o jovem Pedro Spajari começou no ano passado a tratar a doença e, agora, está pronto para entregar o que sempre prometeu. Na manhã desta quinta-feira, ele voou nas eliminatórias dos 100m livre do Troféu Brasil – novo/antigo nome do Maria Lenk. Marcou 47s95 e assumiu o segundo lugar do ranking mundial.

Observando o ranking da Federação Internacional de Natação (Fina), o nadador do Pinheiros tem uma marca melhor do que o britânico Ducan Scott, que aparece em primeiro. Mas o ranking não está considerando o resultado de Katsumi Nakamura, que bateu o recorde japonês, com 48s87, em fevereiro.

Na busca por uma vaga para o Pan-Pacífico, torneio a ser disputado em agosto no Japão reunindo as principais forças da natação que não disputarão o Campeonato Europeu (EUA, Brasil, Austrália, China…), o resultado desta manhã não vale nada. É que a CBDA decidiu que só as finais do Troféu Brasil servem como tomada de tempo para a seletiva, como acontece no mundo inteiro. A partir desta quinta, as finais serão transmitidas pelo SporTV, a partir das 18h.

No caso específico dos 100m livre, os quatro primeiros colocados vão ao Pan-Pacífico, para nadar o revezamento 4x100m livre, que foi prata no Mundial do ano passado. E a tendência é o nível ser mantido até Tóquio. Nesta manhã, Marcelo Chierighini fez 48s60 (13º tempo do mundo), Gabriel Santos 48s73 e Bruno Fratus 49s15 – dos quatro, só Fratus não é do Pinheiros, tendo se transferido para o Minas. Breno Correia, Marco Antonio Ferreira Junior, João de Lucca e André Luiz Souza também pegaram final. Dos oito, cinco têm menos de 21 anos. André tem só 17.

Houve decepções, também. Fernando Scheffer, que bateu o recorde sul-americano dos 400m livre na terça e na quarta-feira fez uma parcial fantástica no revezamento 4x200m livre pelo Minas, terminou em 11.º. Ainda assim, melhorou 6 décimos seu tempo de balizamento. De volta ao Brasil, Matheus Santana, agora no Pinheiros, foi só o 13º, quase um segundo mais lento do que o seu melhor.

Já Cesar Cielo fez tudo diferente do que havia anunciado. Apesar de ter ido bem com o revezamento 4x100m livre na terça (abriu para o Pinheiros com 49s29, que seria o sexto tempo das eliminatórias), preferiu não nadar os 100m livre. Ainda que houvesse informado, por intermédio da assessoria de imprensa, que não nadaria os 50m costas, caiu na piscina e se classificou para a final com o terceiro tempo. Albertinho, seu técnico, havia informado o Olhar Olímpico que ele não tem treinado para essa prova.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.