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Olhar Olímpico

Cielo foca em Mundial de Curta e nem tentará vaga no Pan-Pacífico

Demétrio Vecchioli

16/04/2018 04h00

(Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

Para grande parte da elite da natação mundial que não está na Europa, o Pan-Pacífico é o principal evento da temporada 2018. Mas essa não é uma unanimidade. Cesar Cielo faz parte do time que vai priorizar o Mundial de Piscina Curta, programado para o fim do ano. Por isso, o campeão olímpico vai disputar abriu mão de tentar uma vaga na seleção brasileira que irá a Tóquio, no Japão, de 9 a 13 de agosto.

A única seletiva para a formação da equipe será o Troféu Brasil (que por uma década se chamou Troféu Maria Lenk), que começa na terça-feira no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio. Isso não significa que Cielo não pretenda obter índices para a seleção. Ele simplesmente não estará elegível para ser convocado para o torneio que reúne EUA, Japão, China, Austrália, Brasil, Canadá, Coreia do Sul e África do Sul – as equipes mais fortes que não disputam o Europeu.

"Quero continuar buscando bons tempos em piscina longa e quero melhorar minhas marcas, tendo como referência o campeonato do ano passado. Não vou ao Pan-Pacífico, mas gostaria de continuar numa crescente em relação à última temporada. E logo depois do Maria Lenk inicia a temporada para o Mundial de Curta, o meu objetivo principal em 2018, e para o Finkel, que é seletivo", explica Cielo.

No caso, para Cielo, melhorar as marcas significa ser mais rápido do que 21s79 nos 50m livre, prova na qual foi segundo colocado em 2017, e do que 48s92 nos 100m livre, em que ficou em terceiro. Ele, porém, avisou que não está treinando para os 100m – também não estava em 2017, mas entrou no time que foi ao Mundial e ganhou a medalha de prata.

Caso de fato melhore as duas marcas, Cielo teria vaga no time do Pan-Pacífico, até porque há a garantia de convocação para os quatro primeiros dos 100m livre. Mas o nadador do Pinheiros não pretende viajar ao Japão. A decisão tem lógica: o Pan-Pacífico termina em 13 de agosto e o Troféu José Finkel começa nove dias depois, em Guaratinguetá (SP).

Uma vez que a prioridade é o Mundial de Curta, no qual Cielo conquistou nove medalhas em anos como 2018 (sem Olimpíada), não haveria como fazer a preparação adequada para o Finkel, única seletiva, tendo um torneio no Japão duas semanas antes.

Fratus volta

Depois de ficar de fora do Torneio Open, no fim do ano passado, Bruno Fratus está de volta ao Brasil para nadar o Troféu Brasil. Treinando nos Estados Unidos, o atual vice-campeão mundial dos 50m livre fechou contrato com o Minas Tênis Clube e fará sua estreia pela equipe mineira. Diferente de Cielo, Fratus quer ir para o Pan-Pacífico testar sua força.

"O Troféu Brasil é uma competição de enorme tradição e a maior e mais importante do nosso calendário, a expectativa é sempre de nadar rápido e classificar para a seleção brasileira", disse, via assessoria de imprensa. Além dos 50m, Fratus também vai nadar os 100m livre.

Maratona Aquática

O Troféu Brasil começou no domingo, com a estreia da prova de maratona aquática 10km no programa oficial da competição – ou seja, valendo pontos. Apesar da contratação de Sharon Van Rouwendaal, campeã olímpica em 2016, por parte da Unisanta, a vitória ficou com Ana Marcela Cunha, do mesmo clube. Viviane Jungblut chegou em terceiro e reforçou seu lugar junto com Ana na seleção. Poliana Okimoto, não custa lembrar, se aposentou no ano passado.

No masculino, também a ordem de costume. Allan do Carmo ganhou e, com a aposentadoria de Samuel de Bona, a prata ficou com Victor Colonese. Os dois vão ao Pan-Pacífico. O terceiro lugar terminou com Luiz Gustavo Barros,

Depois de solucionado os problemas naturais, os homens largaram. Alexandre Finco liderou o pelotão na primeira volta. Diogo Villarinho assumiu a ponta nas duas seguintes, mas, na última volta do circuito, Allan do Carmo e Victor Colonese dispararam para a liderança do pelotão. O baiano bateu na frente e conquistou o título. Colonese ficou com a prata e Luiz Gustavo Barros com o bronze. Com o resultado, Allan e Colonese garantiram vaga no Sul-Americano e no Pan-Pacifico.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.