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Olhar Olímpico

'Olimpíada precisa mais do skate do que o inverso', diz Luan Oliveira

Demétrio Vecchioli

13/04/2018 17h39

Luan Oliveira no Slides & Grinds (Renato Custódio)

Pela primeira vez o skate nacional tem uma "seleção brasileira", divulgada esta semana de uma forma que foge do usual. Bob Burnquist e Sandro Dias, dois dos maiores ídolos da modalidade e hoje respectivamente presidente e diretor da CBSk, gravaram um vídeo com os 16 nomes. Os escolhidos terão apoio da confederação ao longo do ano para participar de torneios qualificatórios para Tóquio-2020, quando o skate vai fazer sua estreia olímpica.

"Eu sinceramente acho que a Olimpíada precisa muito mais do skate do que o skate da Olimpíada. Mas também tenho na cabeça que esse é o jogo, e se for pra fazer parte disso com certeza estarei lá representando meu país", comentou, ao Olhar Olímpico, o gaúcho Luan de Oliveira, um dos convocados.

Independente da inclusão na Olimpíada, o principal evento do skate segue sendo o X-Games, torneio anual que reúne modalidade radicais. Mas, no X-Games, há quatro provas diferentes de skate. Nos Jogos Olímpicos só havia espaço para duas, sendo escolhidas o park e o street, em detrimento ao vert e ao big air. Bom para Luan, dono de três medalhas de X-Games no skate street.

Para ele, a escolha foi boa para o Brasil. "Acredito que sim. O Brasil melhorou muito e construiu muitas pistas bem completas nesses últimos cinco, dez anos. Hoje em dia, por exemplo, se você for na pista de Madureira, noo Rio de Janeiro, irá encontrar os dois tipos de modalidade: street e park".

Nascido no Rio Grande do Sul, Luan é um dos tantos brasileiros que partiu cedo para os Estados Unidos para poder viver de andar de skate. Um cenário que o movimento olímpico começa a mudar. Com ajuda de verbas da Lei Agnelo/Piva, que esse ano começam a chegar à CBKs, foi criado um Circuito Brasileiro profissional. Para Luan, isso deve ajudar a desenvolver a modalidade.

"Hoje em dia já é muito mais fácil de fazer parte de eventos grandes. Quando comecei a andar nós não tínhamos muitos eventos de skate. Acredito que com esses eventos da CBSK, o Brasil vai lançar vários outros talentos e ajudar muitos skatistas que têm uma situação difícil de vida", aposta.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.