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Olhar Olímpico

Quantidade ou qualidade? Tóquio-2020 terá camisinha mais fina do mundo

Demétrio Vecchioli

22/03/2018 14h20

Rovena Rosa/Agência Brasil

Com informações da AFP

Quantidade ou qualidade? Por via das dúvidas, os japoneses estão garantido a segunda opção. Se a Olimpíada do Rio bateu o recorde de camisinhas distribuídas na Vila Olímpica, com 450 mil preservativos à disposição dos atletas, em Tóquio-2020 o plano é oferecer conforto. Fabricantes japoneses querem que a Olimpíada promova um preservativo ultrafino, de apenas 0,01 milímetro de espessura, que só é feito no Japão.

De acordo com reportagem da agência de notícias France Press (AFP), as camisinhas são feitas de poliuretano, material tolerado pelas pessoas alérgicas a látex. A substância não é popular no Brasil, mas é usada na fabricação da maioria dos preservativos do mundo.

"Nós enxergamos os Jogos de Tóquio como uma oportunidade extraordinariamente preciosa para fazer com o que o mundo conheça a alta tecnologia japonesa", afirmou Hiroshi Yamishita, representante da Sagami Rubber Industries. "Somente as empresas japonesas fabricam atualmente preservativos de 0,01 e 0,02 mm", contou.

A camisinha ultrafina, que garante uma melhora na sensibilidade sexual, foi a solução encontrada pela industria japonesa para reaquecer o mercado. Com o envelhecimento da população, a venda de preservativos caiu no Japão nos anos 2000. Mas voltou a subir depois do lançamento da novidade, colocada no mercado em 2013.

"Tivemos muitos debates dentro das empresas para saber se haveria uma demanda por preservativos de 0,01 mm, num momento em que já havia uma opção de 0,02 mm nos mercados", lembrou Chiaki Yamanaka, da federação nacional das empresas do setor, que contribuiu no desenvolvimento do novo produto. "Acabou que se tornaram muito populares entre os consumidores", continua.

Uma vez que mais de uma empresa produz a camisinha ultrafina, ainda não está decidido de qual marca nem quantos preservativos estarão à disposição na Vila Olímpica de Tóquio. Com certeza, mais do que as 11 mil camisinhas dos Jogos Olímpicos de PyeongChang, na Coreia do Sul, um recorde para as Olimpíada de Inverno.

Mas os Jogos de Verão não apenas têm mais atletas como as condições climáticas permitem aos atletas mostrem mais dos seus corpos atléticos. Não é à toa que a distribuição de preservativos é tão expressiva. E, em Tóquio, pode vir a ser ainda maior, porque a camisinha ultrafina é produto de exportação.

"Os preservativos mais finos do que se pode conseguir fora do Japão são muito populares", destacou Koji Negishi, proprietário de uma loja de preservativos em Tóquio, lembrando que "muitos visitantes estrangeiros" viajam ao país para comprar produtos japoneses.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.