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Olhar Olímpico

Atletas têm vitória tímida, mas dobram espaço na confederação de vôlei

Demétrio Vecchioli

22/03/2018 12h38

(Divulgação/CBV)

Como a legislação determina que as confederações olímpicas realizem suas assembleias anuais até o fim de março, essas duas últimas semanas do mês estão sendo marcadas por esse tipo de reuniões. Na quarta-feira, em Saquarema (RJ), aconteceu a a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Além da aprovação das contas de 2017 da entidade, a assembleia decidiu pelo aumento no número de cadeiras para os atletas. A vitória, porém, foi tímida.

No início da semana, as comissões de atletas do vôlei de quadra e do vôlei de praia, presididas respectivamente por André Heller e Emanuel Rego, apresentaram à CBV uma proposta de mudança no estatuto para que todos os 10 membros das comissões (cinco de cada) tivessem direito a votar nas assembleias da CBV.  Atualmente, só os presidentes têm voto.

Os atletas, porém, tiveram que se contentar com bem menos do que queriam. As federações, que têm ampla maioria na assembleia, abriram mão de apenas dois postos. Ou seja: a partir do ano que vem, quatro atletas terão direito a voto: os presidentes e vice das comissões. Os clubes, que também queria mais espaço, continuam com dois votos, apenas.

No total, atletas representam seis votos, contra 27 das federações. Mesmo assim, Emanuel Rego comemorou. "Nós atletas saímos com uma grande vitória e aumentamos em 100% a nossa participação nas decisões. Enxergamos o momento que a CBV está passando, e está aberta a mudanças. Desde 2016 estamos mostrando vontade de colaborar. Apresentamos uma mudança inicial, e, que para muitos pode parecer pequena, para nós, é gigante. Estamos dando credibilidade. E, como atletas, temos que participar do processo não somente como questionadores, mas sugerindo soluções. Conseguimos mudanças positivas", disse Emanuel, em declaração publicada pela CBV.

Na esteira das mudanças promovidas no estatuto do COB, a CBV também ampliou espaço para candidaturas presidenciais, mas mantendo o poder na mão das federações. Agora, basta o apoio de seis membros da assembleia, mas obrigatoriamente cinco precisam ser federações. Ou seja: só com o aval de clubes e atletas, ninguém concorre.

 

Também foi criado um Conselho Administrativo, que contará com 13 membros. Novamente, com maioria de federações. Serão sete presidentes de federações (as cinco regiões brasileiras deverão ser representadas), dois representantes dos atletas, dois dos clubes e ainda o presidente e o vice-presidente da CBV.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.