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Olhar Olímpico

Após 26 anos, ranking de atletas do vôlei masculino chega ao fim

Demétrio Vecchioli

20/03/2018 17h18

(reprodução/Twitter)

A tradicional reunião entre os clubes que disputarão a próxima edição da Superliga Masculina, realizada nesta sexta-feira no Rio de Janeiro, sacramento o fim do ranking de pontos de atletas após 26 anos. Com isso, a partir do campeonato que começará no fim do ano, não há mais proibições para que uma equipe tenha no seu elenco os melhores atletas à disposição. Os jogadores acreditam que isso irá abrir mais o mercado para eles.

"Vence a democracia e o ranking do vôlei masculino não existe mais!!! Acabou!! Anos tentando acabar com esse sistema que já não tinha mais o propósito inicial. Vitória de todos!!", postou Gustavo Endres, campeão olímpico e ex-jogador da seleção, hoje responsável pelo time de Canoas.

Como publicou o Saída de Rede, blog de vôlei do UOL Esporte, no início de março, a decisão pelo fim do ranking já estava tomada, mas não havia ainda sido oficializada. É que faltava a definição dos 10 clubes que se garantiriam na Superliga A do ano que vem (duas equipes foram rebaixadas), para que fosse definido também quem teria direito a voto. Além dos 10 clubes, a Comissão de Atletas também tem voto que, desta vez, foi de minerva.

O ranking foi instituído ainda numa fase anterior à carreira de Gustavo, em 1992, quando sequer existia a Superliga.  De acordo com a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), ele tinha finalidade principal "promover o equilíbrio de forças entre as equipes, mediante sistema de pontuação que contempla o gabarito técnico de cada jogadora, sua carreira e desempenho nas últimas temporadas".

Cada jogador era pontuado de 1 a 7, com os melhores recebendo pontuação mais alta. Alguns detalhes foram mudando ao longo dos anos, como a redução da pontuação dos atletas mais velhos, para que eles continuassem tendo mercado, mas cada time não podia passar uma soma de 43 pontos no seu elenco.

Nos últimos anos, diversas polêmicas envolveram o ranking, com os jogadores sempre defendendo a extinção do mecanismo, encontrando resistência de alguns clubes. No feminino, Jaqueline chegou a ficar sem clubes porque os times que tinham condições de pagar seu salário já estavam com o elenco "cheio". Da mesma forma, a veterana Elisângela chegou a ser impedida de jogar pelo Vôlei Nestlé, tendo que deixar o elenco depois da disputa do Campeonato Paulista – onde o ranking não valia.

As polêmicas primeiro fizeram com que o ranking feminino fosse alterado, já para esta temporada. Prevaleceu regra de que cada time não pode ter mais do que duas jogadoras de sete pontos. Para o ano que vem, o modelo foi mantido.

A situação do masculino só foi discutida nesta terça-feira, porque a fase de classificação acabou no fim de semana. O Sada Cruzeiro mais uma vez terminou em primeiro, com 19 vitórias e três derrotas. Sesc-RJ, SESI-SP e Taubaté/Funvic completaram as quatro primeiras colocações.

 

 

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.