Atletismo tem nova crise após final dos 200m com ninguém chegando ao fim
A temporada nacional mal começou e a clubes, atletas e cartolas já não falam a mesma língua. No domingo, todas as oito finalistas dos 200 metros de uma prova organizada em São Bernardo do Campo (SP) foram desqualificadas por boicotarem a final. Na versão masculina da distância, outras quatro desqualificações.
O "Torneio FPA" marcou a abertura da temporada outdoor, duas semanas depois do Mundial Indoor, e teve provas no sábado e no domingo. No primeiro dia foram realizados dois tiros de 100m, com semifinal e final, de forma que os velocistas estavam cansados para domingo. Os técnicos pediram que fosse adotado, para os 200m, o modelo de final por tempo (todo mundo corre uma vez e ganha o melhor tempo entre todas as baterias), o que foi negado pela federação.
Então, ficou combinado que haveria largada, mas no feminino ninguém iria de fato correr. É que, pelo regulamento de competições, se um atleta não aparece para a largada o clube é multado em R$ 350. Segundo os treinadores, o delegado da prova concordou.
Só quando foram ver o resultado publicado oficialmente é que os clubes descobriram que a federação puniu todo mundo com base na regra 142.4.C: "falha na participação em competir honestamente com esforço autêntico". Todas as finalistas foram desqualificadas, não desclassificadas, como seria o combinado. Uma diferença de nomenclatura que pesa no bolso.
Além das oito corredoras, entre elas Andressa Fidelis e Mirna Marques, vencedoras dos 100m, também foram desqualificados quatro atletas dos 200m masculinos, entre eles dois olímpicos: Rodrigo Nascimento e Vitor Hugo dos Santos, ambos da Orcampi.
A multa de R$ 350 por atleta pode ser irrelevante em esportes que têm grandes montantes disponíveis, mas é uma verba que falta às desestruturadas equipes nacionais de atletismo. Por isso, já no domingo houve discussões entre os técnicos e representantes dos clubes com os dirigentes da federação, ainda em São Bernardo, pelo que apurou a reportagem.
Nesta segunda-feira, eles pretendem iniciar um movimento contra a federação, que vive crise institucional. O presidente Mauro Chekin corre o risco de ser afastado, com os clubes colhendo assinaturas nesse sentido. Chekin é acusado pela Procuradoria Geral do Estado de São Paulo de enriquecimento ilícito. Além disso, em dezembro, o Olhar Olímpico mostrou diversas suspeitas de fraudes na FPA.
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