Skate colhe frutos de virar olímpico e enfim cria um circuito nacional
Bob Burnquist, Mineirinho e tantos outros ídolos do skate nacional colecionaram premiações, mas nunca puderam se gabar de serem campeões do circuito brasileiro. Não por falta de qualidade técnica, mas por falta de competição. A era profissional do skate nunca vivenciou um calendário nacional organizado, novidade que chega junto com a inclusão da modalidade no programa dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Agora presidente da Confederação Brasileira de Skate (CBSk), Bob ajudou na criação deste novo circuito, organizado, por enquanto, em conjunto com uma empresa privada, a Rio de Negócios. Estão garantidas nove etapas, sendo quatro de street, quatro de park e uma juntando as duas disciplinas olímpicas em novembro, no Rio. Cada uma delas vai pagar no mínimo R$ 70 mil em premiação.
"O Brasil não tem um circuito desde a década de 1980, mas sempre teve campeonatos organizados por empresas de acordo com interesses comerciais. O Bob, por exemplo que organizava a mega-rampa, era dono do evento. Mas não era uma coisa planejada pela confederação, pelas federações, com um ranking", explica Eduardo Musa, o Duda, vice-presidente da CBSk.
Por enquanto, o calendário, organizado dentro da plataforma Skate Total Urbe (STU), tem só eventos da Rio de Negócios, em grandes capitais do país. Mas outros organizadores privados podem incluir seus torneios, desde que respeitando algumas diretrizes básicas em termos técnicos e também de premiação.
"Não adianta fazer um evento por mês e não ter os principais nomes competindo. Mas a gente não vai inibir, vai incentivar, queremos que outros promotores continuem fazendo seus campeonatos", diz Duda, explicando que a empresa de telefonia OI está patrocinando o torneio de abertura (de street, já neste fim de semana, no Rio) e a etapa final. Mas que existe a garantia financeira de que todas as nove etapas cumprirão os requisitos mínimos.
Alguns gastos serão cobertos pela CBSk, que a partir deste ano começa a receber recursos da Lei Agnelo/Piva, ainda que pouco (a verba básica não chega a R$ 800 mil, podendo ser ampliada a partir de projetos). Mas o dinheiro público envolvido, segundo Duda, não vai passar de 8% do custo do circuito, financiado essencialmente por verbas privadas.
A ideia, claro, é atrair os principais nomes do skate brasileiro, alguns deles radicados nos Estados Unidos, onde estão os campeonatos mais importantes. "Sempre foi um sonho para todos nós, que estamos há anos nessa luta, ter no Brasil um circuito profissional desse nível. Nunca o skatista brasileiro teve a oportunidade de viver do skate dentro de seu país, sempre precisando buscar espaço nos Estados Unidos e outros circuitos. Esse movimento vai mudar gerações. Agora vamos viver um sonho", disse Pedro Barros, em material enviado à imprensa.
O dinheiro não é o único atrativo. Ainda que o skate internacional ainda não tenha se adaptado ao modelo olímpico, com competições entre países (os eventos internacionais são "cada um por si"), a CBSk vai formar uma seleção brasileira. Os quatro primeiros do ranking de cada uma das provas terão acesso a uma comissão técnica, a bolsa e a apoio para disputar os principais torneios classificatórios.
"Isso é o minimo que vou fazer até 2020. A gente pode ir daqui para melhor, com mais patrocinador, mais parceiros. Deve melhorar situação", aposta Duda. Para este ano, a seleção será formada por critérios técnicos, com os nomes sendo divulgados em abril. Em 2019, a equipe, com 16 atletas, já terá os melhores do ranking da temporada anterior.
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