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Olhar Olímpico

Judoca brasileiro tenta viajar com arma na bagagem e é detido em aeroporto

Demétrio Vecchioli

20/02/2018 20h18

(Danilo Verpa/NOPP)

O judoca brasileiro Nacif Elias, que compete pela bandeira do Líbano, foi detido nesta terça-feira e impedido de viajar para a Alemanha onde ainda pretende disputar o concorrido Grand Slam de Dusseldorf, no fim de semana. É que ele tentou embarcar num avião com um revólver e só "lembrou" que estava armado quando ela foi detectada pelo aparelho de raio-x. Vale lembrar que o porte de arma de fogo é proibido no Brasil, exceto em casos de comprovada necessidade.

O episódio aconteceu no Aeroporto Eurico de Aguiar Salles, em Vitória (ES), de onde ele embarcaria primeiro rumo a São Paulo e, depois, à Alemanha. A assessoria de imprensa do lutador conta que ele foi levado ao DPJ de Vitória, ouvido pelo delegado de plantão e liberado depois de pagar fiança de R$ 500, apenas. De acordo com o jornal Folha de Vitória, ele foi autuado por porte ilegal de arma.

Nacif estava com um revólver calibre 22, sem munição, que, de acordo com sua assessoria de imprensa, é utilizado para a "defesa pessoal" do judoca faixa preta. Ele é proprietário de uma academia no centro de Vila Velha (ES) e argumenta que a arma é necessária diante da quantidade de assaltos na região. Como a arma estava irregular, ela foi apreendida. À Folha de Vitória, o advogado de Nacif informou que ele não tem permissão para porte de armas.

O judoca explicou, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que comprou o revólver depois que bandidos usaram sua academia para assaltar uma loja dos Correios, entrando pelo telhado. "Com medo de sofrer outro assalto, ele adquiriu a arma, com intuito de inibir possíveis invasores. Ele pegou a mochila em que ficava guardada a arma para viajar e esqueceu de removê-la", explicou a assessoria. O staff do judoca ainda alegou que ele é contra o uso de armas e que "não viu outra alternativa" para proteger a empresa e a família. 

Contactada, a assessoria de imprensa da Polícia Civil do Espírito Santo não atendeu à reportagem. Nacif ainda espera viajar para a Alemanha e competir no sábado. Esta será a primeira vez que o antigo Grand Prix de Dusseldorf valerá como Grand Slam. O torneio vinha se consolidando como um dos mais importantes do calendário, reunindo atletas de toda a Europa.

Na Rio-2016, Nacif Elias protagonizou um papelão. Ele foi desclassificado por aplicar uma pressão no cotovelo do rival argentino, o que é ilegal, uma vez que tem alto risco de ocasionar lesão. Nacif não aceitou o resultado, fez um escarcéu e só deixou o tatame depois da intervenção de um oficial da federação internacional.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

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