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Olhar Olímpico

Após fracasso na Rio-2016, natação muda e terá seletiva só em finais

Demétrio Vecchioli

20/02/2018 19h12

Nicholas Santos no Troféu Maria Lenk de 2017 (Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

Como pode o Brasil, com tantos nadadores bem classificados no ranking mundial, ter fracassado de forma tão contundente nos Jogos Olímpicos do Rio? Uma das explicações mais propagadas, inclusive entre os atletas, era a falta de cobrança nas competições internas para que eles fossem mais decisivos. Agora, isso está prestes a mudar.

A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) anunciou nesta segunda-feira os critérios de classificação para o Pan-Pacífico, principal torneio da temporada 2018, e a grande novidade é que só serão válidas as tomadas de tempo nas finais do Troféu Brasil – o nome "Troféu Maria Lenk" passa a ser secundário, com a principal competição do país voltando a ter o nome que teve até 2007.

Isso significa que, a partir de agora, de nada adianta um brasileiro bater o recorde mundial nas eliminatórias da seletiva, ou na abertura do revezamento. Só o resultado da final que vai valer. Um único tiro, que vai definir quem terá vaga nas grandes competições e quem não. É assim em todas as potências da natação e agora também no Brasil.

Para o Pan-Pacífico, vão 16 atletas brasileiros. Quatro sairão da final dos 100m livre masculino (vice-campeão mundial, o revezamento brasileiro precisa se testar). Os outros 12 atletas serão os melhores classificados no ranking mundial, a partir do resultado que obtiverem na final do Troféu Brasil, considerando apenas dois atletas por país no ranking.

Tradicionalmente, a CBDA vinha considerando duas competições como tomada de índices para as grandes competições: o Open de dezembro do ano anterior e o Maria Lenk, em abril. A tendência é que, para o Mundial do ano que vem, novamente só o Troféu Brasil sirva como tomada de índice.

O Troféu Brasil desse ano será entre 17 e 21 de abril, no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio. A competição também será seletiva para os Jogos Olímpicos de Juventude. Neste caso, os jovens só poderão fazer os índices nas eliminatórias (quando todos poderão nadar, não só os poucos que avançarem às finais A e B).

A competição terá outras novidades interessantes para a natação brasileira. A prova de maratona aquática valerá pontuação dobrada, como medida para estimular a participação de atletas. O revezamento 4x50m livre não faz mais parte do programa. Além disso, os resultados em provas de 50m não valem para a premiação do melhor índice técnico.

 

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.