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Olhar Olímpico

Em ano de Copa, medalhista olímpico sugere boicote a eventos na Rússia

Demétrio Vecchioli

19/02/2018 11h26

(AFP)

"Eu acho que um país que não tem uma organização trabalhando contra o doping e que não é declarada apta pela WADA (Agência Mundial Antidoping) para realizar testes não deveria organizar competições." A declaração, do sueco Sebastian Samuelsson, medalhista olímpico de inverno, é sobre a Rússia, país que em junho começa a receber o maior evento esportivo do planeta: a Copa do Mundo de futebol.

Em entrevista à agência de notícia Reuters, depois de ganhar a prata no biatlo em Pyeongchang, na Coreia do Sul, Samuelsson demonstrou seu descontentamento com o fato de a Rússia ter sido escolhida para sediar final da Copa do Mundo de Biatlo, em Tyumen, no final de março. E pediu que outros atletas considerem boicotar a competição.

"Espero que mais atletas deem um passo adiante e digam que não vão para lá. A federação sueca já disse que nós não vamos como equipe e eu não acho que seja bom ir lá", complementou Samuelsson. A União Internacional de Biatlo (IBU), porém, avisou que vai manter as competições programadas para acontecerem na Rússia.

 

A polêmica se dá em torno da acusação de que a Rússia promoveu um enorme esquema de doping financiado e organizado pelo estado. Por causa disso, a RUSADA, que é a agência russa antidoping, está descredenciada, assim como o comitê olímpico russo não é reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). A consequência disso tudo é que a Rússia não participa dos Jogos de Pyeongchang, ainda que uma equipe denominada Atletas Olímpicos da Rússia esteja competindo pela bandeira olímpica.

No futebol, é minúsculo o movimento que pede sansões à Rússia depois que o COI (ao qual a Fifa é filiada) aceitou o entendimento de que o governo russo promoveu o doping. O homem-forte da organização da Copa, o agora vice-primeiro-ministro Vitali Mutko, foi banido dos Jogos Olímpicos por toda vida. Para o COI, ele era o cabeça do esquema.

 

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.