Superliga descarta 'mudar regra' e diz que Tifanny jogará até o fim
De nada adiantou a pressão feita por alguns clubes e algumas jogadoras para vetar a participação da oposta Tifanny na Superliga Feminina. A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), afinal, agora garante publicamente que não há qualquer possibilidade de mudar as regras para a participação de atletas transexuais, afirmando que não recebeu "nenhum documento oficial" de qualquer clube da Superliga sobre o assunto. Com isso, a jogadora, recordista em pontos em uma mesma partida, poderá continuar defendendo o Vôlei Bauru.
"A Superliga está em andamento e seguirá com as mesmas regras até o fim", garantiu a CBV, após questionamento do Olhar Olímpico. "A CBV segue as diretrizes definidas pelas entidades que gerem a modalidade. Neste momento, segue o que manda o COI e, para as próximas temporadas, irá avaliar no momento adequado para o planejamento", continuou a confederação.
Há exatamente um mês, o UOL Esporte publicou que o desempenho de Tifanny pelo Bauru vinha causando incômodo em jogadoras, que queriam regras mais rígidas para transexuais no vôlei. Entre os argumentos contrários à permissão para a atleta competir estão o fato de ela ter tido a puberdade masculina e, por conta disso, ter memórias óssea e muscular masculinas – ela é uma das atletas mais altas da Superliga Feminina.
Entretanto, para autorizar a participação de Tifanny, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) usou e usa as regras definidas pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) que, por sua vez, utiliza um "consenso" do Comitê Olímpico Internacional (COI). Por esse consenso, a atleta precisa comprovar que mantém há 12 meses os níveis hormonais de uma mulher.
Para saber mais: Prós e contras: entenda o que está em discussão no caso Tifanny
Desde que Tifanny começou a se destacar pelo Bauru (ela só estrou em 10 de dezembro), os debates sobre a legitimidade do seu direito de competir entre as mulheres têm se ampliado. Em meados de janeiro, o COI confirmou ao Olhar Olímpico que deve publicar ainda esse ano uma atualização do seu consenso para que cada federação internacional discuta sua próprias regras, dentro de suas características.
Depois, há pouco mais de 20 dias, a comissão médica da FIVB se reuniu na Suíça e prometeu "um sistema justo e equitativo de competição para todos os atletas", sem apresentar qualquer novidade. Além disso, a FIVB reforçou que cabe a cada confederação decidir as regras de elegibilidade em suas competições nacionais. Em resumo: o COI jogou a "batata-quente" para a FIVB, que a mandou para o colo da CBV que, agora, diz que segue as orientações do COI.
Tifanny é a melhor pontuadora da Superliga Feminina, com uma média de 5,41 pontos por set. Liderado por ela, o time de Bauru é o oitavo colocado, apenas, com seis vitórias e 13 derrotas. O time volta a jogar nesta sexta, às 19h30, contra o Hinode Barueri, na casa do adversário. Será a primeira partida dela contra o time de José Roberto Guimarães. Até o fim da fase de classificação, o Bauru ainda faz outros dois jogos, sempre fora de casa, contra o Renata/Valinhos e o São Cristóvão Saúde/São Caetano. Este último pode ser um confronto direto por uma vaga nas quartas de final.
Sobre o autor
Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.