COB isola atletas e convida só confederações para discutir novo vice
Não faz muito tempo, há pouco mais de um mês, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) se viu no centro de uma polêmica, relativa ao tamanho do espaço que abriria aos atletas dentro da entidade. A discussão, porém, parece ter sido em vão. Retomando as velhas práticas, as confederações vão se reunir nesta sexta-feira, na sede do COB, no Rio, para escolher aquele que deverá ser o novo vice-presidente. Nenhum dos 12 atletas que fazem parte da assembleia foi convidado a participar. Enquanto isso, os dirigentes de federações terão hospedagem bancada pelo COB.
Nenhum dos cinco atletas do colégio eleitoral do COB ouvidos pelo blog na quinta fazia ideia da realização desse encontro, promovido pelo presidente Paulo Wanderley. Na quinta-feira cedo, alguns dirigentes, como Rafael Westrupp, do tênis, já estavam no Rio para o que eles chamaram de "reunião de trabalho". Ao tratar assim o encontro, e não como assembleia, o COB se deu ao direito de não convidar os atletas, nem o outro membro do colégio que não é presidente de federação: Bernard Rijzman, que representa o COI no Brasil.
Oficialmente, o COB diz que a reunião foi convocada com o propósito de discutir "assuntos diversos do dia a dia do COB e das confederações", sem detalhar quais, e que não convidou os atletas porque essas reuniões são distintas de uma assembleia. Ainda de acordo com o COB, elas "fazem parte da rotina" do comitê e das confederações.
Mas Ricardo Machado, presidente da Confederação Brasileira de Esgrima (CBE), deixou escapar para o Olhar Olímpico que a discussão principal será outra. Desde o começo da semana, quando o COB deu início oficialmente ao processo eleitoral, existem rumores de que ele é o escolhido por Paulo Wanderley para ser o novo vice. Em contato com o blog, ele negou que a decisão já esteja tomada. Era preciso primeiro discutir o tema nessa reunião no COB, hoje.
"Isso vai ficar um pouco mais claro na sexta, depois da nossa reunião no COB. Lógico que eu sei que meu nome tem sido ventilado, mas há muitas possibilidades. É justo que nós (presidentes de confederações) demos um voto de confiança para o Paulo Wanderley para que coloque como vice alguém da confiança dele", argumentou, na quarta-feira à noite, por telefone.
O presidente do COB já deixou claro para mais de um interlocutor que quer que a escolha do vice seja um processo sem riscos ao comitê. Não à toa, a reunião desta sexta-feira parece ter como propósito que as 35 confederações, ou a maioria delas, chegue a um nome de consenso. Se 25 delas apoiarem Ricardo Machado, nem adianta os atletas lançarem uma segunda opção – não haveria votos suficientes para elegê-lo.
Além da vice-presidência, também estão em jogo oito vagas no Conselho de Administração exclusivas a presidentes de confederações. Se tudo sair como planejado, ao fim da reunião, esses oito nomes estarão escolhidos, agradando todos os grupos, para que um novo vice aliado de Paulo Wanderley seja aclamado sem ressalvas. Uma negociação política que faria todo sentido se não fosse realizada dentro do COB, com hospedagem dos cartolas pagas pelo COB. Os atletas não tiveram o mesmo benefício concedido por Paulo Wanderley aos aliados.
Ricardo Machado, gaúcho, eleito presidente da Confederação Brasileira de Esgrima com forte oposição dos atletas, depois de ser vice-presidente por muitos anos, parece mesmo ser a escolha de Paulo Wanderley. Mas, como adiantou o blog do Juca Kfouri, ontem, o que não faltam são denúncias contra a gestão da esgrima na última década.
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