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Olhar Olímpico

Novo incêndio no velódromo gera prejuízo menor, mas balões preocupam

Demétrio Vecchioli

09/12/2017 04h00

(Getty Images/Getty Images)

Inaugurado há um ano e meio, o Velódromo Olímpico do Rio já terá que passar por uma reforma, que ainda não tem um custo estimado oficialmente. E, desta vez, o governo federal e a construtora responsável pela obra não têm nenhuma culpa. É que, em cinco meses, dois balões incendiados caíram sobre a cobertura da velódromo, que pegou fogo nas duas ocasiões.

A última delas, no último dia 26 de novembro. Autoridades têm conhecimento de festivais de balões realizados ali perto, em Jacarepaguá, e, apesar dos alertas, eles continuam acontecendo. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios é crime, com pena que vai de um a três anos de prisão. Mesmo assim, é bastante comum avistá-los no céu na região do Parque Olímpico da Barra.

Eles são mais comuns nas épocas de junho e julho, por causa das chamadas festas juninas – e julinas, claro. Tanto que foi em julho que caiu o primeiro balão sobre a cobertura do velódromo. O estrago foi grande, interditando a pista por quase quatro meses. E o conserto, por enquanto, apenas paliativo. Uma empresa de içamentos foi contratada para colocar uma espécie de lona sobre a cobertura, ao custo de R$ 204 mil, que saíram dos cofres do governo federal.

O governo ainda estava realizando a licitação para a contratação do serviço de construção civil que vai consertar o estrago quando outro balão caiu sobre o velódromo. Algo que não chegou a surpreender, visto que em outras oportunidades outros balões caíram próximos dali.

Desta vez, o prejuízo foi menor. De acordo com a Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO), o orçamento da recuperação da área atingida pelo fogo ficou em R$60 mil, custeado com recursos da própria autarquia. Segundo a AGLO, nesta segunda vez a Defesa Civil dispensou a necessidade de interdição da área afetada. Por isso, o velódromo segue em atividade, tendo recebido competições de karatê e judô na sua área central.

A autarquia garante que nenhum dos dois incêndios vai atrapalhar a realização do Mundial de Paraciclismo de Pista, marcado para março. Será a primeira competição oficial no velódromo, uma vez que, alegando que utilizar o espaço é dispendioso e que não tinha garantia de que o local estaria em condições ideais para a prática da modalidade, a Confederação Brasileira de Ciclismo não realizou lá seu campeonato nacional, mas sim no interior de São Paulo.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.