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Olhar Olímpico

CBDA marca nova eleição e pode ter quarto presidente em oito meses

Demétrio Vecchioli

04/12/2017 16h50

(Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos corre o risco de trocar mais uma vez de presidente ainda este ano. Nesta segunda-feira, ela publicou o edital de convocação de mais uma eleição presidencial, a ser realizada no próximo dia 20, em um hotel na zona Sul do Rio. Atual presidente, Miguel Cagnoni é favorito a se manter no cargo e convocou a nova eleição para uma data próxima de forma a dar menos espaço para que a oposição se articule. As chapas só podem ser registradas até sexta-feira.

A nova eleição presidencial foi uma exigência do Conselho Executivo da Federação Internacional de Natação (Fina), que se reuniu na quinta-feira na China. A entidade quer que o presidente da CBDA seja eleito pelo colégio eleitoral que consta em seu estatuto, sob o risco de suspender a entidade brasileira. O recado, menos assertivo, já havia sido dado antes do Mundial de Budapeste, ainda em julho, logo após a eleição de Miguel por um colégio eleitoral recheado de clubes.

Em abril, a Justiça Federal determinou o adiamento da eleição presidencial da CBDA, que caminhava para a eleição de um aliado de Coaracy Nunes, porque a comissão de atletas havia sido formada não por voto direto dos atletas, mas por indicações do próprio Coaracy. Com o adiamento da eleição, o mandado de Coaracy venceu, o que fez a Justiça decretar uma intervenção.

Nesse meio tempo, Coaracy foi preso, junto com aquele que era o favorito a ser seu candidato: Ricardo de Moura. Ainda durante a intervenção, a Justiça determinou que as novas eleições deveriam contar com representação também dos clubes. Isso alterou de forma significativa o colégio eleitoral, beneficiando Miguel Cagnoni, antigo presidente da Federação Aquática Paulista, que contava com o apoio dos clubes paulistas, que são maioria na modalidade.

Ele teve 64 votos, sendo 18 de clubes inadimplentes, que votaram em uma urna separada. Espécie de terceira via e lançado candidato em cima da hora, o ex-nadador Cyro Delgado ficou em segundo, com 22 votos, mais quatro de clubes inadimplentes, somando 26.

Em agosto, Miguel convocou uma assembleia para modificar o estatuto da CBDA e refazer a votação, agora com o colégio eleitoral antigo (federações e um representante dos atletas). Conseguiu aprovar o novo estatuto, mas foi derrotado num item fundamental: a não necessidade de uma nova eleição.

Agora, com a determinação da Fina, a CBDA vai ter que realizar novas eleições e com o seu novo colégio eleitoral: um atleta (peso seis), cinco clubes campeões, 27 clubes representando estados (cada um desses clubes com peso 1) e 27 federações (cada um com peso seis).

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.