"Novo" há 10 temporadas, NBB abraça papel de vanguardista e vai manter nome
Há nove anos, fazia bastante sentido que o novo campeonato brasileiro de basquete recebesse o nome de Novo Basquete Brasil. Afinal, os anos anteriores haviam sido péssimos para a modalidade e tudo que todo mundo queria deixar para trás era o velho. O Brasil precisava de um novo torneio. O NBB vingou, conseguiu se consolidar e, neste sábado, estreia sua décima temporada mais forte do que nunca. O "novo", porém, continua no nome e de lá não deverá sair tão cedo.
"O 'novo' na época representava alguma coisa que precisava ser revolucionária. O 'novo' atual mostra inovação. Nós temos que ser novos todos os dias. É uma transformação da necessidade do novo lá atrás e o novo atual de estar sempre na frente, sempre liderando um processo novo", explica o "novo" João Fernando Rossi, presidente da Liga Nacional de Basquete, que passou recentemente por cirurgia para perder peso.
É sob o comando dele, dirigente ligado ao Pinheiros, de São Paulo, que o NBB10 abre sua temporada neste sábado, com a reedição da final do ano passado entre Bauru e Paulistano, no Panela de Pressão, no interior de São Paulo. É verdade que muita coisa mudou desde o primeiro jogo da história do NBB: um Espírito Santo x Araraquara, em janeiro de 2009. Mas muita coisa se mantém, também.
Por exemplo: dos nove primeiros colocados daquela edição inaugural, só um clube não está na atual temporada. É o Brasília, tricampeão, que pediu licença da liga este ano depois de perder seu patrocinador master. O Bauru, que vai defender o título , aliás, também correu risco pelo mesmo motivo, mas conseguiu um novo apoiador. O Franca fechou parceria com o Sesi, reforçou-se e volta a ser candidato à taça.
As dificuldades continuam aparecendo e, com elas, as necessidade de se renovar. E esse é outro dos motivos que o NBB não quer mudar de nome, ainda que tenha cogitado a ideia. "Nós analisamos em algum momento: o que o novo representa? Ele representa que nós temos que mudar todo dia, ser inovador, sempre estar na frente. Assim, ele continua atualizado para a gente", completa Rossi.
Dentro das quadras, as mudanças são mais visíveis agora do que nunca. É verdade que grande parte dos melhores jogadores da primeira temporada – Alex, Marcelinho Machado, Marquinhos, Olivinha e Larry Taylor – continua em atividade e em destaque. Por outro lado, uma geração talentosa bate à porta, puxada por nomes como Yago, do Paulistano, e Ruivo, do vizinho Pinheiros.
Jovens que não conheceram o tempo em que o NBB de fato era o novo. Isso foi em 2008, quando Yago tinha nove anos e, Ruivo, 10. Naquele momento, o basquete brasileiro vivia uma crise histórica. Três anos antes, Oscar havia criado a Nossa Liga de Basquete, que teve uma boa temporada, mas não vingou. Os clubes racharam com a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) e o campeonato nacional anterior, não teve os times paulistas.
Na atual temporada, serão seis times de São Paulo, sendo dois da capital. Além de Pinheiros e Paulistano – campeão paulista ontem (2), jogam o torneio Bauru, Mogi, Franca e Liga Sorocabana. Há ainda os três times "de camisa" do Rio: Flamengo, Vasco e o estreante Botafogo, e representantes do Rio Grande do Sul (Caxias), do Paraná (Campo Mourão), de Santa Catarina (Joinville), de Minas Gerais (Minas), da Bahia (Vitória) e do Ceará (Basquete Cearense).
Pela segunda vez seguida, a competição estará na televisão aberta, com jogos todos os sábados na Band. Além disso, o NBB continua tendo partidas de todas as rodadas transmitidas pelo SporTV e fez parceria tanto com o Facebook quanto com o Twitter para que os jogos em streaming sejam impulsionados nas plataformas.
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