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Olhar Olímpico

Pego no doping por pomada da esposa, campeão do Pan é suspenso por 1 ano

Demétrio Vecchioli

26/10/2017 18h19

O Painel Antidoping da Federação Internacional de Natação (Fina) não aceitou as alegações da defesa de Henrique Rodrigues e aplicou ao campeão dos 200m medley dos Jogos Pan-Americanos de Toronto uma punição dura. Flagrado em exame antidoping para o esteróide anabólico Clostebol, ele foi suspenso nesta quinta-feira por um ano. O gancho é retroativo a 13 de março, de forma que ele deverá perder o Pan-Pacífico do ano que vem, voltando para o Troféu Maria Lenk.

Henrique, atleta do Sesi de São Paulo, alega ele teve contato com a substância dopante a partir da pomada Trofodermin, receitada para cicatrização, que estava sendo utilizada, à época, pela namorada. A garota chegou a depor no painel, apresentando o recibo de compra da pomada, utilizada depois de uma cirurgia estética nos seios.

Além disso, pesava a favor de Henrique o fato de a substância dopante ter sido encontrada em seu organismo em dose baixíssima. Tanto que o primeiro exame da contraprova deu negativo. Só que o os técnicos do laboratório de Montreal insistiram, analisaram mais quatro vezes o material, em duas máquinas diferentes, até que, um dia depois,  conseguiram identificar uma dosagem mínima de Clostebol.

O caso é bastante semelhante ao de Maurren Higa Maggi, que em 2003 testou positivo para a mesma substância, também em baixa proporção. À época, a então líder do ranking mundial do salto em distância foi suspensa por dois anos pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF).

Maurren alegou que teve contato com o clostebol ao fazer uso da pomada Novaderm, um dia antes da coleta da urina, numa sessão de depilação permanente em uma clínica de estética.

Ainda que não tenha conseguido classificação para o Mundial de Budapeste, Henrique é um dos principais nadadores brasileiros. Ele foi aos Jogos Olímpicos de Londres e do Rio e foi finalista do Mundial de Kazan, em 2015, nos 200m medley. Na mesma prova, ganhou o ouro nos Jogos Pan-Americanos, dias antes, superando Thiago Pereira.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.