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Olhar Olímpico

Zanetti decepciona, é só sétimo e fica fora do pódio no Mundial

Demétrio Vecchioli

07/10/2017 17h10

Medalhista em cinco das últimas seis grandes competições internacionais, Arthur Zanetti desta vez passou em branco. Pelo segundo Mundial seguido, o brasileiro não conseguiu subir ao pódio das argolas. Depois de competir bem abaixo do que está acostumado nas eliminatórias em Montreal, no Canadá, ele voltou a fazer uma apresentação com falhas na final e terminou a competição em um modesto sétimo lugar. O grego Eleftherios Petrounias confirmou o favoritismo e se sagrou bicampeão, enquanto o russo Denis Abliazin ficou com a prata e o chinês Liu Yang com o bronze.

Se até dois anos atrás Zanetti tinha lugar garantido no pódio sempre que competia bem, agora a prova de argolas é uma das mais equilibradas da ginástica artística. Em Montreal, o brasileiro passou para final com nota 14,700 (8,500 de execução, e 6,200 de dificuldade) e, na decisão, melhorou apenas dois décimos, em execução.

Terceiro a se apresentar, Zanetti até comemorou seu desempenho. Mas a felicidade durou pouco tempo. A nota, naquele momento, já o deixou em terceiro e último lugar, faltando ainda cinco rivais para se apresentarem. Abliazin conseguiu 15,333, assumiu a liderança, e acabou com as esperanças do Brasil. Para ganhar o bronze, Yang depois faria 15,266.

"Eu sabia que não tinha chances. Esse foi o meu melhor, era o que eu tinha para hoje. Fiz minha prova, até achei que teria que teria que diminuir um pouco minha prova, para ter chance de terminar ela. Eu não estava na minha melhor forma", explicou Zanetti, em entrevista ao SporTV.

Zanetti iniciou sua trajetória de conquistas em 2011, em Tóquio (Japão), quando foi prata. Campeão olímpico em Londres, em 2012, ele venceu o Mundial de 2013, na Antuérpia (Bélgica), e foi prata no de 2014. No ano seguinte, nem passou à final, mas sempre minimizou o resultado argumentando que, naquele Mundial, o foco era classificar a equipe do Brasil para a Olimpíada – feito alcançado. Na Olimpíada do Rio, Zanetti voltou ao pódio, com prata.

Agora, em Montreal, o pódio nas argolas era não apenas o maior, como o único objetivo de Zanetti, que só se apresentou neste aparelho. O técnico dele, Marcos Goto, agora é também o técnico da seleção brasileira e só convocou para o Mundial os atletas que teriam chance de fazer finais: Caio Souza (15º no individual geral), Arthur Nory (12º na barra fixa, sem vaga na final) e Francisco Barretto (machucou-se e nem viajou a Montreal).

No feminino, Rebeca Andrade, grande esperança de medalhas para o Brasil, sofreu uma lesão no último treinamento, já em Montreal, e não competiu. Thais Fidelis, em seu primeiro Mundial, foi para a final do individual geral, onde ficou num decepcionante 24º e último lugar. No domingo, ela ainda disputa a final do solo, na última participação do Brasil no Mundial.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.