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Olhar Olímpico

Ana Sátila é bronze e conquista medalha inédita na canoagem slalom

Demétrio Vecchioli

29/09/2017 12h41

Pela primeira vez na história dos Mundiais adultos de canoagem slalom, o Brasil tem uma representante no pódio. Mais jovem atleta brasileira nos Jogos Olímpicos de Londres, quanto tinha apenas 16 anos, Ana Sátila mostrou que continua em evolução e conquistou a medalha de bronze no C1 no Mundial que está sendo disputado em Pau, na França.

O C1 sempre foi a especialidade de Ana Sátila, mas a prova só vai ser olímpica pela primeira vez nos Jogos de Tóquio, em 2020. Até a Rio-2016, as provas olímpicas da canoagem slalom eram o K1 feminino (caiaque para um), o C1 (canoa para um), o K1 e o C2 (canoa para dois) masculinos. Para equiparar o número de eventos masculinos e femininos, o C2 masculino deixou o programa para a entrada do C1 feminino.

Bom para Ana, que tem histórico de conquistas nas categorias de base e chegou à final, nesta sexta-feira, depois de ser a sétima colocada das semifinais, mais cedo. A brasileira foi a quarta das 10 finalistas a descer o rio artificial e assumiu a segunda colocação, posto que ela só perdeu para a penúltima concorrente.

A última a descer era a australiana Jessica Fox, rival de Ana desde a base, e considerada a melhor do mundo na atualidade e então tricampeã. Se Fox fizesse uma descida limpa, tiraria a brasileira no pódio. Mas a australiana cometeu diversos erros, foi ficando nervosa, e não ganhou a posição de Ana. Terminou, aliás, em uma modesta sexta posição.

Assim, o ouro ficou com a surpreendente  Mallory Franklin, da Grã-Bretanha, campeã mundial júnior, a primeira a descer, que foi perfeita e marcou 109.9 segundos. A prata foi para Tereza Fiserova, da República Checa, 4s12 mais lenta, e Ana completou o pódio. A brasileira tocou na última porta e, se não tivesse perdido dois segundos por punição ali, ficaria com a prata. Afinal, sua diferença para Fiserova foi pouco mais de um segundo, apenas.

O resultado amplia as esperanças pensando nos Jogos de Tóquio, até porque no Mundial cada país pode ter até três representantes. Na Olimpíada, é sempre um só, o que diminui bastante o número de rivais que brigam de fato pela medalha. Na final desta quinta havia três britânicas, duas russas e duas australianas.

Mais Mundial – Ana Sátila ainda tem chance de mais uma medalha na França. Prata no Mundial Sub-23, a brasileira está na semifinal do K1 e volta a competir no sábado, quando também vai acontecer a final. Nas eliminatórias, ela fez a quinta melhor marca.

Sexto colocado nos Jogos Olímpicos do Rio, Pedro Gonçalves, o Pepê, decepcionou no K1. O brasileiro perdeu uma porta, o que significa perder 50 segundos, e terminou na última colocação entre os 40 participantes da semifinal. No C1 masculino, o Brasil disputa a semifinal no sábado, com Felipe Borges, bronze no Mundial Sub-23 de 2015, em Foz do Iguaçu.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.