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Olhar Olímpico

Após terremoto, México tem dois Mundiais adiados: 'É o correto a se fazer'

Demétrio Vecchioli

20/09/2017 09h12

Menos de duas semanas depois de assumir a presidência do Comitê Paraolímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), o brasileiro Andrew Parsons teve que tomar uma dura decisão nesta quarta-feira. Pela primeira vez na história, a entidade resolveu adiar a realização de Campeonatos Mundiais, e dois de uma só vez. Ambos começariam daqui a dez dias na Cidade do México.

A razão dos adiamentos, para uma data futura ainda não definida, é o terremoto que devastou a capital mexicana na terça-feira à tarde, causando mais de 200 mortes e a queda de diversos edifícios. O parque aquático Francisco Márquez, que receberia a competição de natação, e ginásio Juan de la Barrera, sede do Mundial de Levantamento de Peso, tiveram "danos menores", segundo o IPC, mas precisarão passar por uma completa inspeção estrutural.

Além disso, muitos dos hotéis que iriam receber as delegações internacionais tiveram sua estrutura gravemente afetada. Algumas das equipes já estava na cidade, para aclimatação, mas nenhuma dela relatou problemas maiores – ninguém ficou ferido. A natação paraolímpica brasileira viajaria na terça-feira de noite e ficou no país.

Diferente do sistema de gestão do esporte olímpico, no paraolímpico o IPC é responsável ele mesmo por algumas modalidades, fazendo o papel de federação internacional de natação, atletismo e levantamento de peso, por exemplo. Por isso, é o IPC o responsável por esses Mundiais.

Na Cidade do México, os de natação e levantamento de peso seriam concomitantes porque seriam parte de um "Festival do Paradesporto", de 30 de setembro a 6 de outubro.  "Estamos totalmente de acordo que o foco imediato das autoridades mexicanas deve ser priorizar a recuperação e reconstrução para as pessoas do México e não organizar grandes eventos esportivos internacionais. Sei que a notícia do adiamento dos Mundiais será decepcionante para os atletas que iriam participar. Mas estas são circunstâncias únicas e isto é o correto a fazer no momento", disse o brasileiro.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.