Comissão da Câmara aprova convite para Nuzman se explicar após denúncia

A Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira um convite para que Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê Rio-2016, se explique a respeito a acusação feita pelo Ministério Público Federal (MPF) de que ele atuou para comprar votos na escolha da sede dos Jogos de 2016. O requerimento foi feito pelo deputado João Derly (Rede-RS), bicampeão mundial de judô.

Por tratar-se de um convite, Nuzman não tem a obrigação de aceitar. Ele vai depor se quiser. Mas, em conversa com o blog na segunda-feira, Derly lembrou que, há dois anos, em situação semelhante, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo del Nero, aceitou prontamente ao convite e compareceu à comissão na semana seguinte.

Nuzman ainda não se pronunciou a respeito deste convite. Em contato com o blog logo após a votação, a assessoria de comunicação do Comitê Rio-2016 disse que Nuzman ainda não havia sido informado e que, portanto, não poderia comentar.

Deputado federal pelo PT de São Paulo, o ex-presidente do Corinthians Andrés Sanchez duvida que Nuzman irá à comissão. "Não acredito que ele virá", disse, antes de aprovar o requerimento e de cobrar que as investigações não parem por aí. "Se fosse o futebol teria uma fila para CPI. Isso merecia uma CPI em cima disso. Na Copa do Mundo houve sacanagem, mas perto do que foi na Olimpíada é troco", atacou.

Questionado pelo blog a respeito da possibilidade de implantação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o COB e as confederações que recebem recursos públicos, Derly deixou claro, na segunda, que ainda não tinha uma posição definida.

"Não sei se a gente vai ter força, se é necessário nesse momento algum tipo de CPI. Acho que a gente tem que começar a investigar mais a fundo, aprofundar no tema, nos gestores esportivos. Talvez possa ser em seguida um caminho. Tem alguns deputados que têm falado de CPI, mas não sei se já cabe uma CPI neste momento."