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Olhar Olímpico

Candidatura do Rio foi conduzida dentro da lei, diz defesa de Nuzman

Demétrio Vecchioli

05/09/2017 19h05

Alvo de operação da Polícia Federal nesta terça-feira, o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê Organizador dos Jogos do Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, foi ouvido pela PF durante a tarde e, no início da noite, se pronunciou pela primeira vez, por meio de advogados. Sergio Mazzillo e Nelio Machado, que fazem a defesa de Nuzman, garantiram que a candidatura do Rio foi dentro da lei.

"No depoimento prestado hoje por nosso cliente Carlos Arthur Nuzman, na sede da Polícia Federal, foi esclarecido e reiterado que toda a jornada olímpica da cidade do Rio de Janeiro, da candidatura à cerimônia de encerramento, foi conduzida dentro da lei e das melhores práticas financeiras, técnicas, operacionais, esportivas e de comunicação.
Por isso, os Jogos foram um sucesso reconhecido no mundo inteiro", disseram os advogados.

Mazzillo e Machado ainda ressaltaram que não têm conhecimento do inteiro teor da investigação. "Tão logo se conceda acesso pleno ao seu conteúdo, todas as indagações serão respondidas", garantiram os advogados, em nota enviada ao Olhar Olímpico.

Nuzman é apontado pelo Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF-RJ) como o elo entre a organização criminosa ligada ao ex-governador Sérgio Cabral e os dirigentes do Comitê Olímpico Internacional (COI) que, em 2009, tiveram direito a votar na eleição que apontou o Rio como sede dos Jogos de 2016.

As investigações iniciadas pelo ministério público da França apontam que uma empresa do empresário Arthur Soares, conhecido como "Rei Arthur", que pagava propina a Cabral em troca de inúmeros contratos públicos, depositou US$ 2 milhões em contas de Papa Diack, filho de Lamine Diack, dirigente do Senegal que, à época, presidia a federação internacional de atletismo.

De acordo com reportagem publicada em março pelo jornal francês Le Monde, os investigadores franceses também identificaram um pagamento de US$ 300 mil de Papa Diack para Frankie Fredericks, dirigente da Namíbia que também estava entre os 99 eleitores do COI em 2009. O pagamento foi feito no dia da votação que elegeu o Rio.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.