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Olhar Olímpico

Idênticas até no talento: gêmeas russas ganham 10 medalhas em Mundial

Demétrio Vecchioli

04/09/2017 10h00

(Divulgação/UEG)

Serena e Venus Williams ganharam duas concorrentes à altura pelo posto de irmãs mais bem-sucedidas do esporte. Com apenas 19 anos, Dina Averina só têm uma rival na ginástica rítmica: a própria irmã gêmea, Arina Averina. No fim de semana acabou em Pesaro, na Itália, o Campeonato Mundial da modalidade e as duas russas ganharam todas as 10 medalhas possíveis. A campanha só não foi perfeita porque em uma das provas Arina foi bronze. Nas demais, elas fizeram dobradinha.

Que a Rússia tenha feito barba, cabelo e bigode em um Mundial de Ginástica Rítmica não é nenhuma novidade – é assim desde 2000. Mas, como a competição, assim como os Jogos Olímpicos, só permitem duas representantes por país, a dúvida é sempre quais as russas que serão convocadas para ganhar as medalhas de ouro e prata disponíveis.

Como Yana Kudryavtseva, prata na Rio-2016 e então considerada a melhor ginasta do mundo na atualidade, aposentou-se aos 19 anos por causa de uma lesão na perna, e a campeã olímpica Margarita Mamun tirou um ano sabático, o caminho ficou aberto para as irmãs Averina. Já famosas na Rússia há algum tempo, elas enfim tiveram a oportunidade de disputar com regularidade o circuito mundial e o próprio Campeonato Mundial.

Começaram, então, o que promete ser uma nova era na ginástica rítmica. Vinte minutos mais nova que a irmã, Dina é quem conseguiu melhores resultados por enquanto. Só este ano, elas participaram de juntas de cinco grandes eventos, onde 24 medalhas de ouro foram distribuídas. As gêmeas ganharam todas e 17 vezes fizeram dobradinha com a irmã.

Vale explicar. A ginástica rítmica é composta de quatro apresentações, com bola, arco, fita e maças. Nos eventos específicos da modalidade, como o Mundial e a Copa do Mundo, distribuem medalhas em cada uma dessas provas, além do "all-around", que soma as notas das quatro apresentações. Na Olimpíada, só é premiada essa última competição.

No Mundial, elas aproveitaram essa situação para ganhar 10 medalhas. A única prova na qual as gêmeas não fizeram dobradinha foi a de maças, porque Arina ficou com o bronze, atrás da bielo-russa. No all-around, elas sobraram, com ouro para Dina e prata para Arina.

O Brasil também competiu em Pesaro, mas não teve bons resultados. Gaudio Natalia, que defendeu o país na Rio-2016, foi a 35ª colocada. Ao menos, foi a terceira melhor das Américas – no Pan de Toronto, em 2015, o Brasil ficou fora do pódio. A novata Karine Walter, de apenas 15 anos, terminou em 65º.

Já no conjunto, o Brasil teve colocação melhor do que nos últimos dois Mundiais, terminando na 13ª colocação, mas, volto voltou a ser superado pelos Estados Unidos, que ficou logo à frente. Por conta do Pan, esse é principal parâmetro da modalidade no país.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.