Minotauro troca cinturão por fivela e sonha com Mundial de Hipismo
O cinturão dá lugar à fivela. E pé agora leva esporas e o corpo precisa estar coberto com calça e camisa. A conhecida pegada forte, apenas para segurar a rédea. Montar, só se for sobre a sela. Dois esportes que aparentemente não têm nada a ver unem um só atleta: Rodrigo Minotauro. O ex-campeão do UFC, aposentado há dois anos, agora é cavalheiro e sonha em disputar o Mundial de Hipismo.
E, acredite, ele garante que as duas modalidades têm similaridades. "No MMA, você não pode demonstrar seu sentimento para o adversário. É controle emocional. Não mostra medo, cansaço. Você está atuando dentro do octágono, está escondendo os sentimentos. Na rédea é igual. Você não pode demonstrar os seus sentimentos, tem que esconder o que você está pensando, fazendo. Essa tranquilidade da luta me ajuda bastante", diz o antigo peso pesado.
O esporte praticado por Minotauro é conhecido no Brasil como rédeas. É uma modalidade ligada ao hipismo, ainda que tenha um perfil western, que é como como são tratados os esportes sobre cavalos que têm a ver com o homem do campo, como rodeio e prova de três tambores. Internacionalmente, é gerida pela Federação Internacional de Hipismo e faz parte do programa dos Jogos Mundiais Equestres tal qual as olímpicas saltos, CCE e adestramento.
Na rédeas, o cavaleiro precisa controlar o animal para fazer movimentos rápidos segurando o mais levemente possível a rédea. Quem se lembra da abertura do Rei do Gado, com Antônio Fagundes girando seu cavalo em pequenos círculos? Pois aquele é um dos movimentos clássicos da prova, que Minotauro começou a treinar há um ano e meio.
"Eu fui pra Porto Alegre e comecei estudar sobre o cavalo crioulo, que é nativo brasileiro, e descobri que tem uma tendência de levarem esses cavalos para essas provas. Me apaixonei pelo cavalo, comprei um e agora já tenho nove", contou o ex-lutador ao Olhar Olímpico. Quanto custa cada um desses cavalos de competição? Entre R$ 50 e R$ 70 mil.
Nem todos os nove são deste nível, porém. Começando na modalidade, Minotauro também investiu em potros. Quer crescer junto com eles em um esporte em que idade não é problema. Nem peso. "Tem muitos caras grandes. Um dos campões mundiais é grandão. O campeão brasileiro tem 58 anos. Outro cara bom do Brasil é um gordinho de 120 quilos, então quanto a isso tá tranquilo", garante o ex-lutador, de 41 anos.
Quem já viu Minotauro competindo diz que ele tem jeito para coisa. O baiano, afinal, desde a infância monta cavalos. Seu pai tinha uma fazenda em Vitória da Conquista, na Bahia, onde ele nasceu, e o próprio Rodrigo tinha mais de 20 animais. "Fui morar em Salvador, fui estudar, fiz engenharia, mudei totalmente de ramo, fui morar nos EUA e, agora mais velho, depois que parei de lutar, quis achar um hobby. Sempre gostei de cavalo. Eu monto muito bem, modéstia à parte", afirma.
Este ano, Minotauro já participou de competições no Rio Grande do Sul (para onde viaja para treinar com regularidade) e, agora em agosto disputou uma exibição no Brasileiro de Rédeas, vencendo o também ex-MMA Pedro Rizzo.
Até o fim do ano, ele ainda disputa os circuitos gaúchos e carioca. "Para o ano que vem, minha meta é conseguir me classificar para disputar uma prova em Oklahoma (nos EUA) e representar o Brasil no Mundial amador", diz Minotauro, que é embaixador do UFC e pretende usar as viagens para ganhar experiência internacional. Em setembro, ele vai ao UFC Japão e aproveitará para competir em Tóquio.
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