Topo

Olhar Olímpico

Ketleyn Quadros perde na repescagem e fica sem medalha no Mundial

Demétrio Vecchioli

31/08/2017 09h22

O Brasil passou mais um dia em branco no Mundial de Judô, que está sendo disputado na Budapeste Arena, na capital da Hungria. Medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008, Ketleyn Quadros chegou à repescagem da categoria até 63kg, levou uma chave de pescoço em um momento em que estava muito melhor na luta contra uma mongol, e acabou na sétima colocação.

Na campanha, Ketleyn derrotou a equatoriana Estefania Garcia (campeã pan-americana) apenas no Golden Score, conseguiu dois wazaris sobre a austríaca Kathrin Unterwurzacher (vice-líder do ranking mundial) e outros dois sobre a filipina Kiyomi Watanabe. Mas, nas quartas, valendo vaga na semifinal, foi ela a sofrer um wazari da polonesa Agata Ozdoba, 56ª do ranking mundial.

Na repescagem, a brasileira enfrentou Mungunchimeg Baldorj, da Mongólia, 18ª do mundo, em busca de uma vaga na luta que vale o bronze. Ketleyn chegou a derrubar a rival em pelo menos três ocasiões, mas, numa delas, caiu com o pescoço desprotegido. Baldorj foi rápida, encaixou o golpe, e imobilizou a brasileira por 20 segundos, até o ippon.

De qualquer forma, o sétimo lugar já é o melhor resultado em Mundiais da carreira de Ketleyn, primeira judoca brasileira mulher a subir ao pódio olímpico, em 2008. Depois da conquista em Pequim, ela perdeu espaço na categoria até 57kg para Rafaela Silva e, em 2015, subiu para a categoria até 63kg, na qual está agora, onde disputa espaço com Mariana Silva, que acabou conquistando a vaga na Rio-2016. Mariana chegou a ser convocada para o Mundial de Budapeste, mas foi cortada por lesão.

Na chave masculina, decepção. Victor Penalber, medalhista de bronze no Mundial de 2015 e quarto do ranking,  perdeu na segunda rodada para Davlat Bobonov, do Uzbequistão, de apenas 20 anos depois de passar por um sul-africano na estreia. Outro que lutou nesta quinta foi Eduardo Yudi. Radicado no Japão, ele disputou seu primeiro Mundial e foi derrotado também na segunda rodada, por Ivaylo Ivanov, da Bulgária, sétimo do ranking.

Por enquanto, após quatro dias de disputa, o Brasil ganhou só uma medalha no Mundial, de bronze, com Érika Miranda, na categoria até 52kg. De forma geral, o país faz campanha ruim. Só Érika e Ketleyn chegaram até o bloco final, que reúne os oito melhores judocas da categoria, após a participação de 11 brasileiros.

Na sexta, o Brasil terá três judocas no tatame, porque haverá a disputa de duas categorias femininas. Maria Portela luta na até 70kg, enquanto Mayra Aguiar e Samanta Soares encaram a chave até 78kg. O Brasil não levou a Budapeste nenhum representante da categoria até 90kg masculina. Tiago Camilo já não tem os mesmos resultados de outros tempos e ninguém que surgiu à sombra dele convenceu.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.