Topo

Olhar Olímpico

Brasil convoca só duas ginastas para Mundial e deixa Daniele e Flávia fora

Demétrio Vecchioli

31/08/2017 14h11

(Ricardo Bufolin/CBG)

Treinador responsável pelo sucesso de Arthur Zanetti, Marcos Goto agora é o técnico principal das seleções brasileiras masculina e feminina de ginástica artística. E, com ele, os critérios são mais rígidos. Nesta quinta-feira, o treinador divulgou a convocação para o Mundial de Montreal (Canadá), que acontecerá entre 2 e 8 de outubro, e deixou de fora Flávia Saraiva e Daniele Hypolito, mesmo ocupando apenas duas das quatro vagas a que o Brasil teria direito. No masculino, serão só quatro brasileiros na competição, e não seis, e o maior desfalque é Diego Hypolito.

Para chegar aos convocados, Goto comandou uma série de seletivas internas, incluindo o Campeonato Brasileiro, disputado em agosto em São Paulo. Só foram chamados para o Mundial os campeões nacionais do individual geral (soma de todos os aparelhos) e os atletas que têm condições, de acordo com essas avaliações, de fazer final de aparelho em Montreal.

"Esse Mundial é um Mundial de Especialistas. Só vamos levar quem é especialista realmente. Para isso, tem que ter uma nota de partida condizente. Convocamos quem tem chance de final. Já no individual geral, a gente está levando os melhores do país, os campeões brasileiros, que são o Caio (Souza) e a Thais (Fidelis)", explicou Goto, ao Olhar Olímpico.

Questionado especificamente sobre a ausência de Daniele, que está com 32 e foi medalhista de bronze no Brasileiro, o treinador apenas lembrou que o critério para convocação era "quem tem chance de fazer final". Já com relação a Flávia Saraiva, ela ficou fora da lista porque ainda não está 100% após uma lesão nas costas.

"Não vou colocar ela em risco. O entendimento da comissão técnica é que ela tem outras competições esse ano, tem o Mundial por Equipes do ano que vem. Tem coisas mais importantes no ano que vem. Não é o fim dos tempos. É mais um Mundial, primeiro do ciclo, ela não está 100%, está se recuperando. A visão da comissão médica é de que ela se prepare melhor", explicou o treinador.

Goto não se alongou da mesma forma ao explicar a ausência de Diego Hypolito, medalhista de prata no solo na Rio-2016. Diferente de Flávia, Diego não participou de nenhuma seletiva, depois de passar por uma cirurgia na coluna. "Nem sei se ele está treinando. Eu fico no meu ginásio", disse o técnico da seleção, que trabalha em São Caetano do Sul, enquanto Diego defende a vizinha São Bernardo do Campo.

Entre os homens, vão a Montreal os também medalhistas olímpicos Arthur Zanetti e Arthur Nory, além de Chico Barretto e o campeão geral nacional Caio Souza. Havia a expectativa também pela possibilidade de convocação de Lucas Bitencourt, prata no individual geral, e de Bernardo Miranda, melhor do solo no Brasileiro.

Goto não quis traçar uma meta de medalhas no Mundial e disse que o objetivo é chegar ao maior número de finais possíveis na competição, que não terá disputa por equipes.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.