Topo

Olhar Olímpico

Novo estatuto é aprovado e CBDA deve se livrar de risco de suspensão

Demétrio Vecchioli

22/08/2017 19h47

(Satiro Sodré/SSPress/CBDA)A diretoria da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) conseguiu uma vitória importante politicamente nesta terça-feira. Reunida no Rio, a assembleia geral da entidade aprovou um novo estatuto, que, entre outras coisas, altera o colégio eleitoral da CBDA. A principal consequência disso no curto prazo é que passam a ser pequenas as chances de a Federação Internacional de Natação (Fina) aplicar sansões ao esporte brasileiro.

A Fina não reconhecia Miguel Cagnoni como presidente da CBDA, porque ele foi eleito em junho por um colégio eleitoral diferente daquele que constava no estatuto da entidade. Como o mandato de Coaracy Nunes venceu sem que tivesse sido realizada nova eleição, um interventor judicial foi indicado, Gustavo Licks, e uma juíza do Rio decidiu que o pleito deveria contar com votos dos clubes e dos atletas, como determina a Lei Pelé.

A entidade internacional, porém, reclamou ingerência externa na confederação e não reconheceu o pleito. Tanto que sequer credenciou Miguel para o Mundial de Esportes Aquáticos realizado em julho em Budapeste. O Brasil teve direito a voto na eleição da Fina, mas representado por outras pessoas.

Antes do Mundial, treze presidentes de federações, aliados de Coaracy Nunes, então preso em Bangu 8, chegaram a enviar uma carta à Fina pedindo que os atletas brasileiros fossem impedidos de representar o Brasil em Budapeste, no que não tiveram sucesso. O fato só se tornou público após a competição, quando foi trazido à tona pelo comentarista do SporTV Alex Pussieldi.

À época, os atletas se uniram em repúdio a esses dirigentes. O movimento foi retomado esta semana, com os nadadores mais uma vez se expressando conjuntamente nas redes sociais, "clamando" pela aprovação do novo estatuto. O documento foi aprovado e determina que, a partir da próxima eleição, as 27 federações e o representante dos atletas tenham direito a voto com peso seis.

Já com relação aos clubes, há grande mudança na comparação com o que foi a eleição que elegeu Miguel. Se em junho 97 deles votaram, agora, só 32 terão direito a voto, representando as 27 federações e as cinco modalidades aquáticas. Mas os votos deles têm peso um. O seja: todos os clubes juntos valem por cinco federações, apenas.

Miguel só sofreu uma derrota na assembleia extraordinária desta terça-feira. Apenas 14 federações votaram a favor de uma revalidação de sua eleição. Dez foram contrárias e duas se abstiveram. Ele precisava de 2/3 dos votos para aprovar o tema, o que garantiria a ele ainda mais tranquilidade no cargo.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.