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Olhar Olímpico

Oito Mundiais em 15 dias testam legado esportivo da Olimpíada para o Brasil

Demétrio Vecchioli

18/08/2017 10h00

Depois de ganhar oito medalhas no Mundial de Esportes Aquáticos, duas no de vôlei de praia e uma no de atletismo, o Brasil volta a se testar em uma sequência de grandes competições a partir desta sexta-feira. Até o próximo dia 3 de setembro, terão ao menos começado os Campeonatos Mundiais de oito modalidades distintas, entre elas duas nas quais há grande expectativa sobre o desempenho brasileiro: os de judô e canoagem velocidade.

O Mundial de Judô, em Budapeste (Hungria), é o mais importante desta leva de grandes competições para o esporte brasileiro. Afinal, a modalidade tem sido há alguns anos o carro-chefe do país na Olimpíada, mas na Rio-2016 o Brasil teve uma campanha frustrante, de apenas três medalhas. O Mundial anterior, de 2015, também não foi nada bom, com só duas medalhas de bronze.

O judô é um termômetro, mas não está sozinho nessa grande leva de competições nos últimos dias de agosto. A sequência de Mundiais pode ajudar a medir o que sobrou de legado para o esporte de alto rendimento no país. Há quatro anos, em 2013, também no primeiro ano de um ciclo olímpico, o Brasil ganhou 27 medalhas em Mundiais, feito bastante comemorado à época pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB).

Agora, a conta tende a ser mais modesta. Por enquanto, o Brasil ganhou 11 medalhas entre esportes aquáticos, vôlei de praia e atletismo (sendo apenas seis delas em provas olímpicas), tendo passado em branco no Mundial de Taekwondo, no qual ganhou uma medalha em 2013. Assim como há quatro anos, fez ouro e prata no Grand Prix e na Liga Mundial de Vôlei (equivalentes ao Mundial).

No judô, a equipe que estará em Budapeste terá todos os seis brasileiros que subiram ao pódio em 2013: Sarah Menezes, Rafaela Silva, Erika Miranda, Mayra Aguiar, Maria Suelen Altheman e Rafael Silva. Situação completamente diferente do boxe, que perdeu Everton Lopes e Robson Conceição, para o profissionalismo. O time que vai ao Mundial de Hamburgo, de 25 de agosto a 2 de setembro, tem só cinco boxeadores (são 10 categorias), nenhum deles com grandes resultados internacionais.

Na canoagem velocidade, Isaquias Queiroz é o grande nome à frente da delegação do Brasil que vai competir em Racice, na República Tcheca, de quarta a domingo da semana que vem. Até ontem (quinta), a confederação brasileira não havia divulgado a convocação da equipe.

Em momento de revelação, só Gabriela Kidd está inscrita no Mundial da classe Laser Radial da Vela, que começa no sábado em Medemblik, na Holanda. Depois, na segunda, é a vez de começar em Paris o Mundial de Luta, onde o Brasil terá Aline Silva brigando por mais uma medalha – ela foi prata em 2014. Ao mesmo tempo, terá início no Cairo, no Egito, o Mundial de Pentatlo, aparentemente sem brasileiros (a confederação não divulgou a convocação de nenhum atleta). Mais para o fim do mês, começam os eventos de tiro esportivo (Moscou) e ginástica rítmica (Pesaro, na Itália).

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.