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Olhar Olímpico

Quem é o superatleta que ofuscou Neymar e ganhou a capa dos jornais franceses

Demétrio Vecchioli

13/08/2017 14h57

(Xinhua/Wang Lili)

O Paris Saint-Germain gastou 222 milhões de euros para tirar Neymar do Barcelona e ganhar protagonismo no mundo do futebol. Mas, neste domingo, no dia da estreia do craque brasileiro pelo PSG, as bancas de jornais da França acordaram com outro ídolo na capa dos principais periódicos: Kevin Mayer, o novo campeão do mundo do decatlo.

Foi Mayer, por exemplo, que ganhou uma foto de capa inteira e ganhou a manchete do principal jornal esportivo da França, o L'Equipe. Se em março o decatleta comemorava em seu Instagram ter aparecido em uma foto pequena na capa do diário, "uma grande conquista para o decatlo", agora é ele o protagonista do esporte francês em um dia histórico para o PSG.

Antes do Mundial, ele já havia sido capa da revista publicada pelo L'Equipe, que apostava nele como próximo grande nome do atletismo francês. Não era uma aposta ousada. Mayer ganhou tudo que pôde na base. Foi campeão mundial juvenil e júnior e, na Olimpíada, conquistou a medalha de prata. Perdeu apenas do astro norte-americano Ashton Eaton, que se aposentou.

O caminho estava aberto para Mayer, que não deixou a oportunidade passar. No Estádio Olímpico de Londres, fez uma campanha impecável. Foi um dos oito melhores em todas as 10 provas do decalto e se tornou o novo superatleta do atletismo, vencendo com boa folga os dois alemães que completaram o pódio.

Independente da atuação de Neymar, é bem provável que outro campeão mundial esteja na capa dos jornais de segunda-feira na França: o veteraníssimo Yohann Diniz, de 39 anos, que neste domingo ganhou o título mundial da marcha atlética 50km. Ele é o mesmo atleta que, na Olimpíada do Rio, teve um desarranjo intestinal e precisou se "aliviar" no meio da prova.

Com Diniz e Mayer, a França chegou a três medalhas de ouro no Mundial, algo que só havia conseguido um vez na história: em 2003, quando competiu em casa. Além deles, também foi ao topo do pódio Pierre-Ambroise Bosse, nos 800m. Só Renaud Lavillenie, como sempre, não ajudou. Pelo quinto Mundial seguido, o recordista mundial não conseguiu o ouro – ficou com o bronze.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.