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Olhar Olímpico

Bolt rejeita voltar às pistas, adia sonho com futebol, mas quer mesmo é ir à balada

Demétrio Vecchioli

13/08/2017 18h32

(Phil Noble/Reuters)

Por Julianne Cerasoli

Ao deixar o Estádio Olímpico de Atletismo na noite deste domingo, Usain Bolt vai olhar para trás e ver o local onde ganhou três de suas medalhas de ouro olímpicas e uma das 14 medalhas de sua coleção em Mundiais. Mas o jamaicano quer olhar para frente. O atletismo ficou para trás e agora é o momento de seguir a vida. Momento de ir para a balada.

"A primeira coisa que vou fazer é tentar me divertir, ir para a balada. Preciso beber, foi um campeonato duro. Depois vou ficar um tempo com minha família. São as duas coisas que estão na minha lista", contou Bolt, que, segundo sua assessoria de imprensa, não tem agenda pública para os próximos dias.

O jamaicano nunca foi conhecido por ser o atleta mais dedicado aos treinos e sempre teve uma propensão às festas, o que inclusive teria encurtado sua carreira. Agora, porém, ele não terá mais as obrigações da vida de atleta. "Eu faço isso desde que eu tinha 10 anos, tudo o que eu conheço são pistas, então estou feliz em estar livre para fazer outras coisas", admitiu.

O Borussia Dortmund, time alemão também patrocinado pela Puma, chegou a anunciar que o jamaicano treinaria com seu elenco principal. O jamaicano confirmou o interesse, mas admitiu que está mais preocupado com a lesão na coxa que o tirou da final do revezamento. "Quero jogar futebol porque acho que vou ser bom nisso. Mas depois do que aconteceu com o músculo posterior (da coxa esquerda) nem estou pensando nisso".

A volta às pistas também não está nos planos, ainda que seu arquirrival (e amigo) Justin Gatlin tenha apostado um milhão de dólares que Bolt ainda vai voltar ao atletismo. "Vi muitas pessoas se aposentarem e voltarem piores. Não quero ser uma dessas pessoas", apontou, sem citar nomes, dizendo ainda que não se arrependia da decisão de correr o Mundial.

Aparentemente mal-humorado em sua última entrevista coletiva como atleta, Bolt só abriu sorriso para falar do seu único momento de felicidade no dia: a vitória do Manchester United sobre o West Ham, por 4 a 0, na abertura do Inglês.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.