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Olhar Olímpico

Russa é campeã mundial, mas não ouve hino de seu país

Demétrio Vecchioli

12/08/2017 17h53

Daniel Leal-Olivas/AFP

Por Julianne Cerasoli

Pela primeira vez na história do Mundial de Atletismo, uma atleta ganhou o ouro, mas não pôde ouvir seu hino nacional. A russa Maria Lasitskene, que ganhou o salto em altura em Londres, faz parte de uma seleção criada pela federação internacional de atletismo (IAAF) de "atletas neutros autorizados" após decidir manter descredenciada a federação russa de atletismo. Foi o próprio hino da IAAF, aliás, que foi tocado no pódio, no lugar do russo, para constrangimento geral.

Com o resultado, Lasitskene se tornou tricampeã mundial, mas curiosamente nunca chegou a disputar uma Olimpíada: sua primeira depois de se profissionalizar seria a do Rio de Janeiro, mas com a punição à Rússia, ela não pôde competir.

Ela faz parte da equipe de 19 atletas russos que foram autorizados a disputar o Mundial por provarem que treinam em locais que estão livre de doping. Além do ouro no salto em altura, os representantes russos, que usam um uniforme sem qualquer menção ao país, ganharam ainda três pratas. Em todos os pódios, a bandeira relativa ao russo foi da federação internacional, a IAAF.

Lasitskene liderou toda a competição, acertando sempre seus saltos na primeira tentativa, mas teve de arriscar no final, quando foi a única das últimas três que sobravam na disputa a errar sua primeira tentativa nos 1,99m. A russa então foi direito para os 2,01m e acertou de primeira, voltando à liderança.

Depois de errar nos 2,01m, a polonesa Kamila Licwinko ainda arriscou subir a barra para 2,03m, mas errou sua primeira tentativa, enquanto a russa voltou a acertar a marca, igualando sua melhor marca pessoal, e conquistou o ouro. Lasitskene ainda tentou bater o recorde russo, mas não conseguiu passar os 2,08m. O Brasil não teve representantes na prova.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.