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Olhar Olímpico

Brasileiro é derrubado na pista e revezamento polêmico fica fora da final

Demétrio Vecchioli

12/08/2017 08h56

(REUTERS/Kai Pfaffenbach)

Finalista no Mundial de Revezamentos disputado em março passado e da Olimpíada do Rio, o 4x400m masculino do Brasil não conseguiu repetir o feito em Londres. Na manhã deste sábado, a equipe brasileira fez mal as trocas e terminou sua bateria eliminatória do Mundial em uma modesta sexta colocação, em 13º lugar no geral entre 16 equipes.

O Brasil marcou 3min04s02, e foi quase três segundos mais lento do que o resultado que fez nas eliminatórias do Mundial de 2015, quando também não conseguiu avançar à final. A equipe desta vez foi formada por Lucas Carvalho, Alexander Russo, Anderson Henriques e Hugo Balduíno.

Conforme já era esperado, não contou com Márcio Teles, Hederson Estefani e Aldemir Gomes. A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) usou o fato de os três terem índices para provas individuais para driblar seus próprios critérios de convocação e trazer o 4x400m para Londres.

Pelos critérios da confederação, o revezamento, que obteve vaga em Londres por ser finalista no Mundial de Revezamentos, só seria convocado se dois ou mais atletas tivessem índices individuais. E apenas Lucas Carvalho se classificou para os 400m rasos em Londres. Ao convocar o revezamento, a CBAt alegou que Aldemir (dos 200m), Henderson e Márcio (dos 400m com barreiras) também faziam parte do time.

A convocação gerou grande polêmica porque era nítido que nenhum dos três participaria do revezamento. Atletas que fizeram índice para o Mundial e que não se encaixaram no outro critério de convocação (serem Top 40 do ranking mundial) ficaram revoltados e iniciaram campanha contra a CBAt. Alegavam que a exceção deveria ter sido aberta para todos.

No fim, o 4x400m veio a Londres e parou nas eliminatórias. Só se destacou por ser protagonista de uma cena bizarra. Ao fazer a última troca, a equipe de Botsuana deixou o bastão cair no chão. Karabo Sibanda abaixou-se para pegá-lo e entrou no caminho de Anderson Henriques, que vinha rápido, trombou com ele, e voou para o chão. O gaúcho, que já havia passado o bastão para Hugo, não se machucou. Botsuana não se recuperou, também não passou à final, e encerrou a trajetória de Isaac Makwala no Mundial. O grande nome da competição vai embora sem medalha.

Final para as meninas – Se o 4x400m masculino não passou à final, o outro revezamento brasileiro classificado para correr o Mundial não decepcionou. Com Franciela Krasucki, Ana Cláudia Lemos, Vitória Rosa e Rosângela Santos, o 4x100m feminino está na final.

Na manhã deste sábado, as brasileiras conseguiram controlar bem a prova e terminaram a bateria em terceiro, com 42s77. No total, fizeram a sétima marca. O time deve ser repetido para a final, que tem largada prevista para as 21h30 de Londres (17h30 do Brasil), antes da final masculina, que terá Usain Bolt.

Além do Brasil, estarão na decisão os times dos EUA, Grã-Bretanha, Jamaica, Holanda (principais favoritos ao pódio), Trinidad & Tobago, Suíça e Alemanha. Tudo indica que a formação brasileira será repetida, com Rosângela Santos fechando a prova. Ela nem correu a semifinal dos 200m, quinta, para se poupar – inclusive, causou polêmica queimando a largada de propósito. Nos 100m, foi finalista e bateu o recorde sul-americano.

 

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.