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Olhar Olímpico

Bolt leva revezamento jamaicano à final e terá chance de ouro em última prova

Demétrio Vecchioli

12/08/2017 07h44

(AFP PHOTO / Ben STANSALL)

Para não correr o risco de assistir pela televisão aquela que poderia ser a última prova de sua carreira, Usain Bolt fez algo raro neste sábado: correu as eliminatórias do revezamento 4x100m, pela manhã. Tudo para não ficar fora da final, que será à noite em Londres (17h50 de Brasília). E o astro fez a parte dele. Seus jovens companheiros de equipe não erraram e Bolt levou a Jamaica a ganhar sua bateria eliminatória.

Essa foi apenas a segunda vez na carreira que Bolt correu uma etapa eliminatória – a primeira havia sido em 2014, nos Jogos da Commonwealth (ou da "comunidade britânica", como também são conhecidos). Como a Jamaica é uma fábrica de velocistas, seus companheiros sempre foram bons o suficiente para classificar a equipe para a final. Foi assim que Bolt ganhou a prata em 2007 e o ouro nos últimos quatro Mundiais. Também ganhou as últimas três finais olímpicas, ainda que o ouro de Pequim-2008 lhe tenha sido retirado pelo doping de Yohan Blake.

Desta vez, foi exatamente a lesão de Blake, que sentiu dores musculares na semifinal dos 200m, que forçaram ainda mais a presença de Bolt nas eliminatórias. O time também não tem Assafa Powell, que se machucou na seletiva jamaicana e nem veio a Londres. Se Bolt não fechasse a equipe, ela teria só atletas estreantes em Mundial, com o peso da responsabilidade de levarem o astro para a final.

Ele não quis correr o risco. Esperou seus companheiros cumprirem o papel deles, passando o bastão sem erros, e entrou na reta para vencer a bateria. Fez 37s95, contra 38s03 da França, que chegou em segundo. Na primeira bateria, os norte-americanos voaram, com 37s70, seguidos de perto pelos britânicos, apenas seis centésimos mais lentos.

À noite, na última prova do dia no Estádio Olímpico, Bolt deve de novo fechar o revezamento da Jamaica, para correr lado a lado com Justin Gatlin ou Chris Coleman, rivais americanos que ganharam respectivamente o ouro e a prata nos 100m, no sábado passado.

"Nós temos treinado o revezamento, fizemos alguns campings de treinamentos. Ainda cometemos alguns erros, mas Blake está vindo para a final e isso será realmente bom", comentou Bolt, na zona mista, em meio a diversas declarações agradecendo o público, que mais uma vez lotou o Estádio Olímpico para assisti-lo.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.