Topo

Olhar Olímpico

Barrado por contaminação, Makwala diz que foi sabotado; lenda critica Iaaf

UOL Esporte

09/08/2017 09h26

Makwala foi impedido de participar dos 400m  (foto: AP/Martin Meissner)

Impedido de competir prova dos 400m no Mundial de Atletismo, Isaac Makwala considera que houve sabotagem no processo que o excluiu do torneio. O velocista de Botsuana e outras dezenas de atletas passaram mal após refeição no hotel credenciado da competição.

Makwala foi barrado pelos seguranças na entrada do estádio. Segundo as autoridades, um protocolo de saúde do Reino Unido determina que uma pessoa contaminada com o norovírus, fique 48 horas em repouso em casa.

Mas o atleta alega que não foi submetido a testes sanguíneos. O que houve foi um problema gastrointestinal.

"Eles disseram que eu tinha comido algo envenenado. Mas isso não aconteceu. E eu não cheguei a fazer qualquer teste", disse Makwala para a TV ITV.

"Eles nem quiseram me ouvir. Eles diziam: 'não, você não pode correr porque está doente'. Às vezes, eu penso que poderia ser sabotagem", completou.

"Eu me pergunto: 'E se eu fosse um atleta do Reino Unido, será que eles não me permitiriam correr?".

Lenda dos 400m concorda com Makwala

Recordista mundial dos 400m, o ex-velocista Michael Johnson concorda com a posição de Makwala e entende que houve tentativa de sabotagem. Para Johnson, a Associação das Federações Internacionais de Atletismo (IAAF) agiu nos bastidores para beneficiar o corredor sul-africano Wayde van Niekerk, que era o principal concorrente de Makwala na prova.

Niekerk acabou vencendo a prova.

"O Niekerk era o favorito da IAAF. A IAAF é fã dele", começou Johnson à "BBC".

"Ele [Niekerk] é o detentor do recorde mundial, o atual campeão olímpico e que agora tinha como seu desafiante Isaac Makwala, que teve o tempo mais rápido do mundo do ano nos 200 metros e que está em seu melhor momento para os 400m".

"As teorias da conspiração estão por aí".

A IAAF defendeu o veto a Makwala e alega que a obrigação é proteger a saúde dos atletas contra qualquer tipo de vírus.

"Tenho que acreditar nos nossos médicos. O caso de Makwala é triste, mas era nosso dever proteger a todos, pois se trata de um problema infeccioso e virulento".

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.