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Olhar Olímpico

Ao receber ouro, Gatlin não escapa de novas vaias; Bolt é ovacionado

Demétrio Vecchioli

06/08/2017 15h14

FOTO: REUTERS/Phil Noble

A organização do Mundial de Atletismo de Londres até tentou tirar o foco de Justin Gatlin, mas não conseguiu. Em uma cerimônia de medalhas antecipada, antes do início da sessão noturna deste domingo no Estádio Olímpico, o velocista norte-americano voltou a ouvir vaias ao ter seu nome anunciado para receber a medalha de ouro como bicampeão mundial dos 100m rasos.

Como todos esperavam que Usain Bolt estivesse no alto do pódio, a cerimônia estava agendada para as 20h deste domingo, no meio da sessão, quando todo o público já estivesse dentro do estádio. Mas, com a vitória de Gatlin, os organizadores preferiram antecipar a cerimônia, que aconteceu às 18h50, dez minutos antes de as competições da noite deste domingo começarem.

O público foi informado e chegou mais cedo, especialmente para ver Bolt, claro. Quando o jamaicano teve seu nome anunciado, o estádio foi ao delírio, aplaudindo e gritando o nome "Usain" – "Bolt". Mas isso já era esperado e a grande expectativa era pelo comportamento com Gatlin, que foi vaiado ao ser apresentado nas três etapas dos 100m e também depois de ganhar a prova, domingo à noite. Ele é criticado por continuar competindo mesmo depois de duas suspensões por doping, o que deveria tê-lo feito ser banido do esporte.

Mais uma vez, boa parte do público vaiou o norte-americano, enquanto Bolt, que criticou o comportando da torcida ontem, puxava as palmas. Muita gente o acompanhou e, no fim das contas, pelo menos da tribuna de imprensa, o som dos aplausos superava o das vaias. Claro que nada comparado à longa ovação recebida pelo jamaicano.

Passada a entrega das medalhas e o hino nacional dos Estados Unidos, os atletas posaram para as tradicionais fotos com as medalhas e todos só tinham atenção para Bolt, que ficou de lado, enquanto Gatlin abraçava Christian Coleman, medalhista de prata e seu compatriota. O jamaicano aproveitou a atenção exclusiva e repetiu o raio que marcou sua carreira.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.