Topo

Olhar Olímpico

Chierighini se espelha em Neymar para quebrar tabu e repetir feito de Cielo e Borges

Demétrio Vecchioli

27/07/2017 04h00

(Satiro Sodré/SSPress/CBDA

Potencial, Marcelo Chierighini tem. Não é qualquer nadador que chega a quatro finais consecutivas nos 100 metros livre em grandes competições. Nem é qualquer velocista que faz a sétima melhor marca da história em uma perna de revezamento. Agora, falta colocar em prática e enfim chegar ao pódio nos 100 metros livre. A chance é neste quinta-feira à tarde, quando ele nada a final do Mundial de Budapeste, na Hungria.

Olhando pelo que fez nas eliminatórias e na semifinal, Chierighini passa longe de ser favorito. Ontem pela manhã, saiu mal demais, mas fez o quinto tempo 48s46. À tarde, na semi, passou com o oitavo e último tempo, 48s31, reclamando que nadou muito mal.

De fato, o brasileiro pode muito mais, vide a final do revezamento 4x100m livre, no domingo, quando Chierighini completou sua parte em 46s85. O tempo não pode ser diretamente comparado com o de uma prova individual, porque a largada é lançada (o atleta sabe quando vai largar e, por isso, tem menor tempo de reação), mas coloca o brasileiro como sétimo melhor da história sem trajes.

Falta, agora, colocar isso em prática na final do Mundial, a terceira seguida de Chierighini, que também foi finalista na Olimpíada do Rio. E para o resultado sair, o brasileiro se espelha em ninguém menos que Neymar.

"É uma coisa que não dá muito para explicar. Você desliga seu cérebro e vai. O Neymar diz que quando ele está jogando, ele não pensa. Que ele faz tanta coisa ao mesmo tempo que ele não pensa. Se pensar ele não consegue fazer. Tem que desligar a chave, se ficar pensando é pior", diz Chierighini, que admite que ficou inseguro depois de um desempenho ruim na classificação.

Se conseguir o seu melhor e alcançar a medalha, ele vai se juntar a apenas outros dois brasileiros que têm medalhas em Mundiais de Natação nos 100m livre: Cesar Cielo (ouro em 2009) e Gustavo Borges (bronze em 2004). Um grupo não só restrito, mas de alto nível.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.