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Olhar Olímpico

Etiene se aproxima do recorde mundial e vai à final; Chierighini avança nos 100m livre

Demétrio Vecchioli

26/07/2017 12h37

Foto: AFP PHOTO / CHRISTOPHE SIMON

Etiene Medeiros está na final dos 50m nado costas do Mundial de Natação. Nesta quarta-feira, em Budapeste, a brasileira anotou o melhor tempo das semifinais (27s18), ficando a apenas 0s12 do recorde mundial, e garantiu seu lugar na decisão da prova em que tem uma medalha de prata no currículo – ela terminou em segundo no Mundial de Kazan, em 2015.

A marca fez com que Etiene quebrasse o recorde sul-americano, que já pertencia à brasileira. A marca anterior era de 27s26. "Me surpreendi. Encarei a semifinal como final. 27s18 foi um mega resultado. Olhei para o placar e falei 'nossa'", afirmou Etiene, que admitiu ter ficado mais nervosa do que quando competiu em Kazan.

Na tarde desta quarta, Etiene não só melhorou seu recorde sul-americano, como alcançou a terceira melhor marca da história da prova, atrás apenas dos 27s11 que deram o título mundial de 2015 à chinesa Fu Yuanhui e ao recorde mundial, da também chinesa Zhao Jing, que venceu o Mundial de 2009 com 29s06. Na piscina curta, de 25 metros, Etiene é campeã e recordista mundial.

Fu Yuanhui é justamente a principal rival de Etiene na briga pela medalha de ouro em Budapeste. Nesta quarta, ela completou a semifinal em 27s18, nadando na mesma bateria que a brasileira. "Foi bom nadar ao lado dela. Ela gosta de fazer uma pressão antes da prova, ficar se movimentando", comentou Etiene. Ao que tudo indica, as duas devem brigar por ouro e prata na quinta.

Marcelo Chierighini avança à final dos 100m livre

Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA

Marcelo Chierighini voltou a repetir o desempenho dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e avançou à final dos 100m livre. Nesta quarta, o brasileiro anotou o tempo de 48s31 e se classificou para a decisão com a oitava melhor marca.

"Não gostei. Passei para a final, mas foi bem ruim. Voltei a cometer os erros que fazia antes. Foi completamente oposto ao que fiz no revezamento, quando nadei solto", afirmou ao Olhar Olímpico. "Quando eu virei os 50m, eu forcei muito, quis acelerar mais, não posso fazer isso. Tenho que seguir grande e caindo o ritmo aos poucos, não pode cair com tudo".

Classificado para a semifinal com o 12.º melhor tempo, o jovem Gabriel Santos, de 20 anos, não conseguiu baixar sua marca e acabou fora da decisão, com o tempo de 48s72. Presente na mesma bateria de Chierighini, o brasileiro ficou com a 14ª melhor marca da semifinal. Se tivesse repetido o tempo que fez na abertura do revezamento 4x100m livre (48s30), estaria na final.

"Não gostei muito. Vim balizado com o tempo que me daria a final. Acontece no esporte, principalmente na natação. Quando a gente erra alguma coisa, o tempo não perdoa. Saio daqui com uma experiência muito boa, consegui dar meu melhor. Vou levar essa bagagem para as próximas", afirmou Gabriel, também ao "SporTV".

Italiana desbanca Ledecky

Foto: AP Photo/Darko Bandic

A sensação norte-americana Katie Ledecky viu sua tradição de nunca ter perdido uma prova individual em edições do Mundial terminar nesta quarta-feira. Em uma disputa equilibradíssima, a italiana Federica Pellegrini saiu da terceira colocação nos metros finais para ficar com a medalha de ouro, frustrando o plano de Ledecky, que era ganhar seis de ouro em Budapeste. Por enquanto, tem três, além de uma prata, sendo favoritíssima nos 800m livre e no revezamento 4x200m livre.

Mesmo com Pellegrini sendo a dona do recorde mundial da prova, tudo indicava que o ouro não ficaria com ela. Durante toda a prova a australiana Emma McKeon aparecia ligeiramente a frente de Ledecky, indicando que a decisão ficaria para os metros finais. Foi nesse momento, no entanto, que Pellegrini ultrapassou as duas e ficou com o ouro, com o tempo de 1min54s73.

Ledecky e McKeon fizeram o mesmo tempo (1min55s18) e dividiram a medalha de prata. Dona da casa, mas longe de ter os 200m livre como especialidade, Katinka Hosszú terminou apenas na sétima colocação.

Briga de gigantes

Foto: AFP PHOTO / François-Xavier

Chad Le Clos deu o troco no veterano László Cseh dois anos depois, exatamente na casa do rival, que contava com uma torcida ensurdecedora na Duna Arena. Superado pelo húngaro em Kazan-2015, o sul-africano conseguiu superar a pressão do adversário e ficou com a medalha de ouro nos 200m borboleta. A terceira colocação ficou com o japonês Daiya Seto.

Le Clos teve um começo de prova espetacular e abriu boa vantagem nos primeiros 100m. Na parte final, porém, perdeu ritmo e viu a aproximação do húngaro Cseh, empurrado pelas 12 mil pessoas presentes no ginásio em Budapeste. No final, Clos conseguiu terminar com 0s39 de vantagem: 1min53s33 contra 1min53s72.

Na cerimônia de premiação, Le Clos não conseguiu conter as lágrimas de emoção. O desempenho em Budapeste ajuda a diminuir a decepção do sul-africano com o resultado na Rio-2016. Nos Jogos Olímpicos, Clos terminou apenas na quarta colocação – László Cseh foi o sétimo.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.