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Olhar Olímpico

Novo presidente da CBDA tem credencial rejeitada e não vai a Mundial

Demétrio Vecchioli

25/07/2017 04h30

(Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

A Federação Internacional de Natação (Fina) levou a sério a decisão de não reconhecer Miguel Cagnoni como presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). Tanto que sequer aceitou conceder uma credencial para que o dirigente, eleito em 9 de junho, viesse a Budapeste para acompanhar o Mundial de Esportes Aquáticos. Cagnoni não viajou e nem viajará à Hungria.

No sábado aconteceu a eleição que decidiu que o uruguaio Julio Maglione continuará como presidente da Fina por mais um mandato. Cagnoni não pôde representar a confederação brasileira, que mesmo assim teve direito a votos – cada país tem dois. Giovana Moreira, chefe de equipe, e Ricardo Prado, coordenador de esportes, foram os responsáveis por dar os votos brasileiros no pleito.

A decisão de não credenciar Cagnoni, porém, foi mais um gesto político do que de repreensão à confederação brasileira. A Fina, como outras federações internacionais do movimento olímpico e o próprio COI, não admite interferências governamentais nas confederações nacionais. Por isso, não reconheceu a eleição de Cagnoni, eleito por um colégio eleitoral determinado por decisão judicial.

Inicialmente a postura da Fina foi rude com Cagnoni, que recebeu uma carta da entidade internacional direcionada a "quem interessar possa". O novo presidente da CBDA, porém, sentou para conversar com Maglione, explicou a situação vivida pelos esportes aquáticos no Brasil, e tranquilizou a Fina, que depois detalhou que não impediria os atletas brasileiras de competir sob a bandeira do Brasil no Mundial.

Mas exigiu que a assembleia geral da CBDA, que é formada por 27 federações estaduais mais a comissão de atletas, proceda com uma alteração no estatuto da entidade para regularizar as alterações no colégio eleitoral determinadas pela Justiça. Por enquanto, isso não tem data para acontecer.

A presença de Cagnoni em Budapeste, porém, só teria sido necessária do ponto de vista político. Como em outras modalidades, quem faz a ponte entre atletas e organização do Mundial e cuida para que tudo corra bem é a chefe de equipe, Giovana Moreira, que já exercia a função durante a gestão de Coaracy Nunes. Para as competições de natação, Ricardo Prado chegou para ajudá-la.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.