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Olhar Olímpico

Britânico volta a quebrar recorde dos 50m peito; final terá dois brasileiros

UOL Esporte

25/07/2017 13h42

Joao Gomes Jr. cumprimenta o recordista Adam Peaty (Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

O britânico Adam Peaty voltou a quebrar o recorde mundial dos 50m peito nesta terça-feira, no Mundial de Esportes Aquáticos de Budapeste (Hungria). O nadador de 22 anos registrou a marca de 25s95 na segunda bateria das semifinais da categoria, que teve o brasileiro João Gomes Júnior como terceiro colocado, com 26s86 – o sexto melhor tempo da etapa classificatória.

A final terá a presença de dois brasileiros, pois Felipe Lima venceu a primeira bateria e fez o segundo melhor tempo dentre os 16 semifinalistas, com 26s68, ficando a um centésimo do recorde sul-americano batido pela manhã por João Gomes, de quem é amigo. Ao SporTV, ambos os nadadores do Brasil se mostraram impressionados pelo feito de Peaty.

"Prova bem forte. É impressionante, ele não tem uma saída boa, os primeiros 25 bons, mas a parte final da prova dele é muito boa. Vamos tentar segurar ele nos últimos 15 metros que é a prioridade", declarou Felipe. "É ate piada. A gente consegue segurar até um tempo, depois o cara some", comentou João.

Peaty é o mais "fora de série" entre os nadadores da atualidade e, como disse João Gomes na zona mista, só não ganha o ouro se não quiser. Desde que surgiu para o mundo no Mundial de 2015, domina o nado peito com muita sobra sobre os rivais. Antes dele, o recorde mundial era 26s67 e agora, está na casa de 25 segundos. Nos 100m, prova que Peaty venceu ontem, o recorde foi de  58s46 para 57s13.

Dono de nove medalhas nas provas de peito entre 10 possíveis nos últimos cinco Mundiais, o sul-africano Cameron van der Burgh passou a final com o terceiro tempo: 26s74 e deve ser o grande rival dos brasileiros pelos dois lugares restantes no pódio.

"Amanhã é botar a faca nos dentes e o coração na boca e lutar para conseguir a medalha. Nós dois temos uma chance de nadar amanhã. Amanhã não importa o tempo, importa ver a luzinha (que indica os vencedores) acender. Todo mundo é franco atirador e todos que estão na final vão estar lutando igual por medalha", garante João, que foi quinto em Barcelona-2013 nos 50m peito.

"Eu não estava preocupado com o tempo. O que eu vim fazer era tocar na frente na minha semifinal. Estamos alinhados para a final, agora é descansar e arrumar alguns erros para chegar na final", destacou Felipe.

Guilherme Guido termina final na sétima posição

Na final dos 100m costas, a primeira decisão individual da carreira em Mundiais de Natação, o brasileiro Guilherme Guido ficou na sétima colocação, com tempo de 53s66, longe de repetir os melhores resultados da carreira, na casa de 53s1. O chinês Jiayu Xu foi ouro, com 52s44, seguido dos americanos Matt Greavers e Ryan Murphy, prata e bronze, respectivamente.

"Fiz as três provas (eliminatórias, semifinal e final) iguais. Esperava nadar mais baixo, quebrar a barreira dos 53, mas as constantes mostram que dei meu melhor. O objetivo era estar na final e agora na final o objetivo era ir para cima das cabeças, mas estou bastante contente com a final. O 52s está ali, mas ainda não fiz. Quero ir para Tóquio e tenho esses três anos para ajudar", apontou Guido, que tem 30 anos.

Léo de Deus fica fora da final nos 100m borboleta

Na semifinal dos 100m borboleta, Leonardo de Deus decepcionou. Depois de passar raspando na final, com o 16º tempo, ele voltou a nadar mal, foi só o sétimo colocado de sua bateria e ficou fora da final, com 1min56s85, em 14º lugar entre 16 semifinalistas.

"Foi muito ruim. Eu não saí satisfeito. Eu tenho que aprender a dar meus melhores resultados em competição grande. No Maria Lenk fiz 1min54s91, que seria o terceiro tempo aqui. É ver o que está acontecendo, que sempre que chega em competição grande eu não consigo repetir meus resultados. Tem que acertar na hora que vale, que é aqui", admitiu. Ele volta a nadar na quinta-feira, nos 200m costas.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.