Topo

Olhar Olímpico

Nicholas pensou em parar e deve permanência na natação a ex-presidente do Santos

Demétrio Vecchioli

24/07/2017 15h13

(Satiro Sodré/SSPress/CBDA

A cada entrevista que dá e fala sobre o fato de ainda estar nadando aos 37 anos, Nicholas Santos cita seu agradecimento a Marcelo Teixeira. Não fosse o polêmico ex-presidente do Santos, que comanda a Universidade Santa Cecília (Unisanta), de Santos, o nadador não estaria mais na ativa e não teria como chegar à sua segunda medalha de prata consecutiva nos 50m borboleta no Mundial de Natação, desta vez em Budapeste.

"Quase que eu paro de nadar no fim do ano passado. Por conta dessa ressaca de Olimpíada, os clubes não estavam investindo. Eu conversei com o Marcelo Teixeira e a Unisanta decidiu renovar comigo. Foi isso que me manteve aqui", disse Nicholas na zona mista da Duna Arena.

"Do jeito que tava indo no ano passado, eu não tinha ido para a Olimpíada, os Correios com esse problema todo de patrocínio, essa crise que veio junto com tudo isso, eu estava mais para parar de nadar. Foi o Marcelo Teixeira que resolveu renovar meu contrato. Por muito pouco eu não parei de nadar", contou ao Olhar Olímpico.

Se tivesse parado, Nicholas hoje provavelmente estaria atendendo uma clínica de fisioterapia. Formado há mais de uma década, ele exerce a profissão só modo informal, ajudando os amigos nos treinos. "O lado bom é que eu tenho essa carta na manga", lembra.

Natural de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, Nicholas se preparou para o que hoje o esporte conhece como "pós-carreira". Fez um MBA em business e uma pós-graduação em terapia manual. Ou seja: tem condições de trocar a natação tanto pela clínica quanto pela gestão esportiva.

Mas parar de nadar ainda não está nos planos. Após curtir a terça-feira em Budapeste com o filho, que completará um ano e ganhará uma medalha de prata de presente, Nicholas volta ao Brasil e disputa o Troféu José Finkel pela Unisanta, exatamente em Santos. Depois, deve descansar alguns dias e já começar a se preparar para o Brasileiro Absoluto, no fim do ano.

Nicholas não pensa no Mundial de Esportes Aquáticos da Coreia do Sul, em 2019, mas quer estar no Mundial de Piscina Curta na China, em dezembro do ano que vem, para superar a frustração de nem passar à final da edição do ano passado.  "É difícil a gente falar do próximo Mundial de longa, que vai demorar. Mas tem de curta ano que vem e aí vou pensar se paro ou não. Não pretendo nadar um campeonato máster, não vou me sentir bem. Gosto desse desafio, curto essa competição."

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.