Topo

Olhar Olímpico

Com Cielo e Fratus, revezamento avança em 1º à final

Demétrio Vecchioli

23/07/2017 07h27

Bruno Fratus comemora chegada em 1º no revezamento (Satiro Sodré/SSPress/CBDA

O Brasil começou muito bem o Mundial de Natação, em Budapeste, na manhã deste domingo. O forte revezamento 4x100m livre masculino confirmou a expectativa positiva e se classificou para a final, que vai acontecer à tarde, com o melhor tempo. Além disso, Nicholas Santos e Henrique Martins, nos 50m borboleta, e Felipe Lima e João Luiz Gomes Jr, nos 100m peito, passaram às semifinais das respectivas provas.

No 4x100m, o Brasil venceu a primeira eliminatória, em uma disputa parelha com a Austrália, e viu os Estados Unidos, francos favoritos ao ouro, utilizarem uma escalação reserva na segunda eliminatória. A marca de 3min12s34, porém, precisa ser melhorada para a final, quando os brasileiros devem brigar por dois lugares no pódio com Austrália e Itália.

Com uma delegação de apenas 16 atletas no Mundial, o Brasil nem tem margem para poupar ninguém nos revezamentos. Por isso, entrou com os titulares nas eliminatórias e foi melhor assim. Bruno Fratus fechou muito bom, com 47s60, assim como Marcelo Chierighini passou bem, em 47s75. Há margem de melhora principalmente para Cesar Cielo (48s15, com largada lançada) e também com Gabriel Santos, que abriu com 48s84. Além disso, a soma dos tempos de troca foi muito mais alto que da Austrália.

"A gente veio com a ideia de classificar em primeiro e conseguimos. Agora a tarde é continuar fazendo o nosso do jeito que a gente sabe fazer e pegar essa medalha finalmente no revezamento. A gente tentou ser mais seguro nas trocas, mas a gente não tem as trocas tão calibradas quanto eles. Se a gente nadar para 3min11s a gente está numa situação interessante", disse Cesar Cielo.

Antes de chegar à zona mista de imprensa, Cielo ganhou o incentivo de Bruno Fratus, que passou rapidinho pelos repórteres e fez apenas um comentário, mostrando otimismo. Mas o "vamo lá Cesão" foi ouvido em alto e bom som, numa demonstração de que os dois, que nunca se deram bem, estão focados num objetivo comum: a medalha no revezamento.

"Foi uma estreia muito boa. O tempo que a gente fez foi 1s3 mais rápido que na Olimpíada (3min13s21), a melhor marca sem os trajes. A gente entrou com pé direito, com confiança, e vai com tudo para a final", destacou Gabriel Santos, estreante em Mundiais e que foi responsável por abrir o revezamento.

Na semifinal – O dia também foi bom para os brasileiros dos 50m borboleta e dos 100m peito. Na prova mais curta, Nicholas Santos e Henrique Martins chegaram ao Mundial com os dois melhores tempos do ranking. Eles não repetiram o resultado, mas fizeram o suficiente para avançar à semifinal. Nicholas em quinto (2324) e Henrique em sexto (23s34). Ambos devem nadar para 22s pela tarde para avançar à final. Nicholas quer ainda mais e está em Budapeste em busca do recorde mundial.

Já nos 100m peito, João Luiz Gomes Jr fez o terceiro melhor tempo da vida para avançar à semifinal em quarto, com 59s24. Felipe Lima foi décimo, com 59s62. O ouro dificilmente não vai para o peito do britânico Adam Peaty, que fez 58s21 pela manhã, mas a boa notícia é que um lugar no pódio está aberto, porque o sul-africano Cameron Van de Burgh, medalhista nos últimos quatro Mundiais, não apareceu para nadar. Ele teria sentido-se indisposto pela manhã.

Outra que volta para nadar à tarde é Joanna Maranhão, que fez o 15º tempo das eliminatórias dos 200m medley, com 2min12s60, e se classificou para a semifinal. "Foi meu melhor tempo em eliminatória na vida, muito perto do meu melhor da vida. Agora é tentar melhorar isso à tarde", comentou a veterana.

Nas provas de 400m livre, não há semifinal. Por isso, as eliminatórias classificaram apenas os oito melhores para as finais. Joanna Maranhão fez o 14º tempo, meia hora depois de nadar os 200m medley. Marcou 4min11s06 e ficou a cinco segundos de uma final que, de qualquer forma, não estava nos planos. "Foi o segundo melhor tempo da minha vida e ficar em 14º em um Mundial é muito legal."

Já Brandonn Almeida só se inscreveu na prova para "entrar" no Mundial uma semana antes de sua especialidade: os 400m medley. Ele fez o tempo de 3min49s61, seu segundo melhor resultado na prova, mas lamentou não ter batido o seu recorde sul-americano 3min49s46.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.