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Olhar Olímpico

Você já se perguntou por que há uma prova 'solo' no 'nado sincronizado'?

Demétrio Vecchioli

13/07/2017 17h19

(R-SPORT / MIA ROSSIYA SEGODNYA)

O Mundial de Desportos Aquáticos começa nesta sexta-feira em Budapeste com duas provas logo pela manhã na Hungria: o trampolim de 1 metro masculino nos saltos ornamentais e a prova técnica de solo do nado sincronizado. Peraí. Nado sincronizado solo? Como assim? Para sincronizar precisa ter mais de uma pessoas, oras bolas.

Parece estranho, mas o nome não está "errado". Só é esquisito e até a Federação Internacional de Natação (Fina) já reconheceu isso. É que, na prova solo, a nadadora solista precisa apresentar-se técnica e artisticamente sincronizando seus movimentos com a música. Ou seja: o nado é, sim, sincronizado, mesmo que a atleta esteja sozinha na água.

Mas, de fato, tudo isso é muito estranho. Por isso mesmo é que a Fina aprovou ontem a mudança de nome não da prova, mas do esporte. Essa é a última vez que você verá um Mundial de "nado sincronizado". A partir de agosto, o esporte vai passar a adotar o nome "natação artística" ou "nado artístico" (artistic swimming).

Quanto à prova solo, ela não é nenhuma novidade. Inclusive, esteve presente em três edições dos Jogos Olímpicos: Los Angeles-1984, Seul-1988 e Barcelona-1992. Depois, foi substituída pelo conjunto – o dueto é prova olímpica desde 1984.

Em 1992, aliás, aconteceu um fato curioso na prova em Barcelona. Canadá e EUA dominavam a modalidade e mais uma vez disputariam o ouro. Um dos árbitros, porém, errou a nota da canadense Sylvie Fréchette, rebaixando seu resultado em um ponto – ele queria dar 9,7, mas anotou 8,7. Quando a falha foi descoberta, a organização da Olimpíada resolveu dar o ouro a Fréchette, sem tirar o título da norte-americana Kristen Babb-Sprague. Assim, as duas se sagraram campeãs.

Em Budapeste, a prova começa começa às 11h locais (6h de Brasília) com amplo favoritismo da russa Svetlana Kolesnichenko. Há 15 anos a Rússia não perde uma prova internacional de nado sincronizado. O Brasil tentará fazer final com Giovana Stephan.

 

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.