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Olhar Olímpico

Piscinas da Rio-2016 estão 'armazenadas' e sem previsão de uso

Demétrio Vecchioli

29/06/2017 04h00

Piscina de aquecimento (Renato Sette Câmara/Prefeitura do Rio)

Para acolher os melhores nomes da natação mundial nos Jogos Olímpicos do Rio e permitir que eles competissem no mais alto nível, o governo federal comprou cinco piscinas, sendo uma delas para competição e quatro para treinamento. Todas de primeira qualidade. Quase um ano depois da Rio-2016, nenhuma delas está à disposição de atletas, sendo que três continuam armazenadas, desmontadas.

Ainda que adquiridas com recursos do governo federal, duas dessas piscinas pertenciam à Prefeitura do Rio. São as que foram montadas no Estádio Aquático: tanto a de aquecimento, em uma área à qual o público não tinha acesso, quando à de competição.

A piscina que foi palco de mais um show de Michel Phelps e que viu a delegação brasileira fracassar é a única dessas duas que já tem destinação. Foi doada ao Exército e será instalada no Forte de São João, na Urca, no Rio, base da maior parte do Time Brasil antes da Olimpíada. A seleção de natação, porém, ficou treinando em São Paulo, uma vez que a construção da piscina do Forte estava atrasada há dois anos – conforme noticiado pela Folha em dezembro de 2015.

Já a segunda piscina da prefeitura, a de aquecimento, segue sem destino. Ela está armazenada pelo Exército e, de acordo com a Subsecretaria de Esportes e Lazer, não necessariamente será instalada no Rio. A pasta aguarda por interessados que demonstrem estrutura para manter a piscina, do modelo mais moderno disponível no mercado.

Falta buscar – Já as duas piscinas montadas no Parque dos Atletas (no terreno do Rock in Rio) e a que serviu de aquecimento no Parque Aquático Maria Lenk  foram compradas pela Universidade da Força Aérea (Unifa), com recursos repassados pelo Ministério do Esporte. O contrato contempla desmontagem e a remontagem em outras localidades, mas o transporte das piscinas são de responsabilidade dos beneficiados pela doação.

Dos três beneficiados, só um foi ao Rio buscar a piscina. Em abril, três carretas levaram o equipamento até a Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR), em Guaratinguetá (SP). Lá, as obras estão em andamento e a piscina deve ser instalada no mês que vem.

De acordo com os ministérios do Esporte e da Defesa, as outras duas piscinas foram doadas ao Governo do Estado do Amazonas e à Prefeitura de Salvador, que não se prontificaram ainda a buscar o que ganharam. Segundo a Força Aérea, as piscinas estão no hangar do Parque de Material Aeronáutico dos Afonsos, no Rio, aguardando pela retirada.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.