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Olhar Olímpico

#Olimpílulas: Após cinco anos, Brasil é rebaixado e perde espaço no rúgbi

Demétrio Vecchioli

25/06/2017 12h45

Convidado em 2012 para fazer parte da elite do rugby feminino de sevens, uma vez que participaria dos Jogos Olímpicos do Rio, o Brasil não aproveitou a chance que recebeu. Agora de forma definitiva, perdeu sua vaga cativa ao terminar na 11.ª e última colocação entre as equipes que disputam as etapas da World Series.

Pelo regulamento da competição, um circuito mundial do rúgbi sevens, 11 equipes têm o direito de participar de todas as etapas (foram seis na temporada que acabou neste domingo). A 12.ª vaga de cada etapa é definida por convite.

A equipe já havia ficado fora da zona de classificação (nove primeiros) na temporada passada, conseguindo se salvar ao vencer o Japão e terminar a Olimpíada em nono. Assim, acabou ganhando vaga para jogar todas as etapas desta temporada 2016/17.

Só que, em seis etapas, o Brasil terminou em último ou penúltimo em cinco delas, conseguindo só um nono lugar. Com isso, terminou a competição no 11.º lugar, sem uma das 10 vagas. Perdeu lugar para o Japão, campeão da seletiva para a 11.ª vaga, disputada em abril.

Daqui em diante, o Brasil só deve voltar a jogar o torneio se receber convite, tendo que dividir espaço com países como Itália, China, Quênia e África do Sul. Ao mesmo tempo, jogos oficiais só os de competições regionais, como o Campeonato Sul-Americano, que as brasileiras sempre ganharam com os pés nas costas. Ou seja: a oportunidade de desenvolvimento do rugby feminino foi perdida.

Outro lado – A CBRu mandou a seguinte nota ao blog:

A respeito da campanha da seleção brasileira feminina de rugby no ciclo 2016/2017, a avaliação da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) é que o time está passando por uma renovação que nos permite olhar pra frente. Várias jogadoras importantes se aposentaram depois dos Jogos do Rio-2016 e outras vão se aposentar agora. Assim, esta queda momentânea estava dentro do previsto. Apesar disso, o time desenvolveu na última temporada um estilo de jogo mais completo, com ataques mais agressivos e uma defesa mais sólida. Embora não tenhamos ficado com vaga fixa para a próxima edição da World Series, a seleção feminina teve a melhor performance em circuitos, ganhando pela primeira vez de equipes principais de Inglaterra (duas vezes), Rússia e Espanha.

Neste período de um ano que temos pela frente agora, vamos realizar um trabalho ainda mais aprofundado de detecção e desenvolvimento de talentos nas academias de Alto Rendimento da CBRu. Compensaremos o fato de não poder jogar as seis etapas da World Series com a participação em competições de alto nível. Por exemplo, classificação para jogar a etapa de Las Vegas; classificação para jogar o torneio internacional de Hong Kong [NB: a segunda divisão]; convites da World Rugby para jogar mais uma ou duas etapas (Dubai e Londres); participação nos torneios internacionais London Invitational e Amsterdam Invitational; treinos internacionais com EUA e Canadá. São eventos fortes para preparar a volta da seleção para o circuito em dezembro de 2018. O time feminino do Brasil continuará trazendo resultados inéditos e chegará muito forte aos Jogos Olímpicos Tóquio 2020.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.