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Olhar Olímpico

Maior do mundo, laboratório antidoping usado pela CBF é suspenso

Demétrio Vecchioli

20/06/2017 13h03

A Agência Mundial Antidoping (Wada) anunciou nesta terça-feira a suspensão parcial do Laboratório Antidoping da Universidade de Los Angeles, conhecido como UCLA Olympic Laboratory. Com mais de 65 mil exames ao ano, ele é o maior do mundo em atividade, atendendo, entre outros, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

A suspensão vale por três meses e começou a contar em 14 de junho, ainda que só nesta terça-feira que o gancho tenha sido revelado. A Wada não detalhou os motivos da decisão, apenas que o processo de qualidade identificou "procedimentos que não estavam em conformidade com as melhores práticas".

Durante o período, o UCLA Olympic Laboratory poderá continuar funcionando, mas precisará enviar a outro laboratório os exames que derem positivo para uma lista restrita de substâncias.

O laboratório da UCLA foi inaugurado em 1982, durante os preparativos para os Jogos Olímpicos de 1984 em Los Angeles. Depois disso, foi o laboratório oficial dos Jogos de Atlanta, em 1996, da Olimpíada de Inverno de Salt Lake City, em 2002, e da Copa do Mundo de Futebol de 1994, entre outros grandes eventos.

Por realizar um grande número de testes anualmente (são 45 mil só de urina), o laboratório de Los Angeles consegue fazer preços mais baixos para grandes clientes, atraindo, assim, a CBF, que pretende realizar cerca de 6 mil testes só em 2017.

A confederação brasileira, porém, já havia sido informada da suspensão iminente e, por isso, fechou um contrato emergencial com o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem, o LBCD, no Rio.

O próprio LBCD, aliás, passou por suspensão às vésperas da Olimpíada do Rio, em junho do ano passado, voltando a funcionar um mês depois, em julho, dias antes do início do período olímpico. Agora, curiosamente, a suspensão ao laboratório da UCLA vem nas vésperas da confirmação de que Los Angeles será sede da Olimpíada de 2028. A decisão deverá ser anunciada em setembro.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.