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Olhar Olímpico

Governo tira gastos com arquibancadas e divulga matriz mais 'barata' da Rio-2016

Demétrio Vecchioli

14/06/2017 12h34

A Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO) apresentou nesta quarta-feira, no Rio de Janeiro, o valor final da matriz de responsabilidades dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio. O número é mais baixo do que o divulgado ontem pelo UOL: R$ 7,359 bilhões. De última hora, foram retirado das matriz alguns gastos, como o item "arquibancadas temporárias", de R$ 90,5 milhões, que constava já na 5ª versão da matriz, divulgada em agosto do ano passado. Fazendo cortes também no valor gasto com energia elétrica, a AGLO chegou a um valor de R$ 7,232 bilhões.

O valor divulgado ontem pelo UOL foi apurado a partir do documento deixado pela Autoridade Pública Olímpica (APO), autarquia formada pelos governos federal, estadual e municipal e que foi dissolvida em 31 de março sem cumprir seu dever de divulgar a matriz. Mas ela entregou a matriz à AGLO, autarquia ligada ao Ministério do Esporte e criada logo em seguida.

A imagem acima reproduz a planilha deixada pela APO. Mas a AGLO decidiu reduzir os valores, divulgados pelo UOL com exclusividade. No documento divulgado nesta manhã (reproduzido abaixo), foram retirados os custos com arquibancadas provisórias, com "Locação materiais/equipamentos e serviços transporte/alimentação LBCD" e com "serviço de fornecimento de energia, água e esgoto período exclusivo dos Jogos".

No documento apresentado nesta manhã, aparece explicado apenas que "valores específicos das arquibancadas temporárias de responsabilidade do Ministério constam nos valores totais de cada instalação". Não há, porém, informações sobre a retirada dos valores relativos ao LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem) e de fornecimento de energia na "multirregião", que não constavam na 5ª matriz e foram incluídos na última versão da APO.

Na aba relativa aos custos com o Parque Olímpico da Barra também houve redução nos custos com energia elétrica na comparação com a quinta versão da matriz, divulgada em agosto. No item "Fornecimento de energia temporária (geradores, cabeamento, operação e manutenção) para as instalações de competição e não-competição da região da Barra", o valor apresentado foi de R$ 278,4 milhões, contra R$ 290,0 milhões constantes na última atualização. A AGLO não explicou como conseguiu economizar recursos que já havia declarado terem sido gastos.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.