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Olhar Olímpico

Los Angeles 'entrega' Olimpíada de 2024 a Paris e deve ficar com 2028

Demétrio Vecchioli

07/06/2017 14h42

Projeto de Paris prevê grande eventos em áreas turísticas

A capital da França deve mesmo ser a sede dos Jogos Olímpicos de 2024. Nesta quarta-feira, a outra cidade candidata, Los Angeles, apresentou uma espécie de carta de renúncia à Olimpíada de 2024. Ao que tudo indica, em setembro o Comitê Olímpico Internacional (COI) deverá apontar Paris como vencedora por 2024 e designar Los Angeles como sede dos Jogos em 2028.

Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, o presidente do comitê de campanha de Los Angeles, Casey Wasserman, indicou fortemente, sem dizer isso com todas as letras, que a cidade da Califórnia está abrindo mão dos Jogos de 2024.

"Para ser sincero, a 'LA 2024' nunca foi apenas sobre LA (Los Angeles) ou 2024. Mesmo quando a questão da escolha conjunta de 2024 e 2028 foi inicialmente levantada, não dissemos que é 'LA primeiro' ou que é 'agora ou nunca'. Poderíamos ter usado essa estratégia, mas não fizemos porque achamos que era presunçoso dizer ao COI o que fazer e a forma de pensar. Somos parceiros melhores do que isso", escreveu.

Sites especializados na cobertura do movimento olímpico internacional, como o Inside The Games e o Games Bids, entenderam a carta de Wasserman como um recado claro que de Los Angeles está abrindo mão de concorrer pelos Jogos de 2024.

É que Paris já afirmou mais de uma vez que não pode brigar pelos Jogos de 2028 porque, até lá, terá perdido a posse do terreno em Saint-Dennis onde seria construída a Vila Olímpica. Ou seja: o recado de Los Angeles é: "Se Paris tem tanta urgência, que organize a Olimpíada de 2024. Ficamos com 2028",

O anúncio acontece dois dias antes de uma aguardada reunião na qual espera-se que o Conselho Executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI) defina que, na próxima assembleia geral, em setembro, em Lima (Peru), seja apontada não apenas a sede dos Jogos de 2024, como também a de 2028. E, como só há duas candidatas, cada uma ficaria com uma.

Paris estaria mais pronta para realizar os Jogos, uma vez que já concorreu (e foi derrotada) para ser sede da Olimpíada de 2012, que aconteceu em Londres. Enquanto isso, Los Angeles só apresentou sua candidatura depois que Boston retirou a dela. Hamburgo, Roma e Budapeste também chegaram a apresentar candidaturas e retiraram, causando uma grande dor de cabeça para o movimento olímpico.

Desta forma, escolher agora as sedes de mais duas Olimpíadas seria uma forma de o COI ganhar mais oito anos para lidar com o problema. Pelo atual calendário, um novo pleito só seria necessário em 2023, pelos Jogos de 2032. E até lá a expectativa é que o COI encontre uma solução para evitar um cenário como o atual, com uma rejeição aos custos de uma Olimpíada.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.